Política Mediterrânea

Verão quente no Líbano, por Karim Makdisi

O Líbano está perante outro Verão de incerteza e violência. A luta política interna desencadeada pelo assassinato do antigo primeiro-ministro, Rafiq Hariri, e a subsequente retirada das tropas sírias do país levou a uma séria crise constitucional. Este impasse interno foi gravemente exacerbado pela existência de fortes interesses conflituais, internacionais e regionais, envolvidos no jogo norte-americano da “guerra contra o terrorismo” e os atores considerados “extremistas”. Assim, no Verão passado, Israel aproveitou uma relativamente insignificante escaramuça fronteiriça com o Hezbollah e lançou uma guerra contra o Líbano, numa clara violação do direito internacional. Quando a “cessação de hostilidades” se tornou real já o grau de dano humano e das infraestruturas impedia declarar uma vitória. Entretanto, uma nova ameaça surgiu recentemente no Líbano, fruto de toda esta instabilidade: a emergência de grupos radicais salafitas (sunitas), inspirados pela al-Qaeda. Com toda esta confusão, muitos analistas acreditam que toda esta tensão atingirá o seu clímax este Verão.