Museu do Côa
Implantado na geometria e na imensidão da paisagem duriense
O museu localiza-se junto à foz do Côa, na sua margem esquerda e nos cimos de um amplo vale ravinoso, apenas ligeiramente aplanados para receber o que é já um dos mais importantes museus de arte e arqueologia do país.
A obra de arquitetura, que alberga o Museu do Côa e a sede do Parque Arqueológico, é dos arquitetos portuenses Camilo Rebelo e Pedro Pimentel, na sequência de um concurso público ao qual concorreram 43 gabinetes de arquitetura. O Museu está aberto ao público desde 31 de julho de 2010.
O edifício, assumido como uma instalação na paisagem, desenvolve-se harmoniosamente, afundando-se no terreno, pouco impacto tendo nessa mesma e impressiva paisagem envolvente. Acedese ao interior através de um longo corredor desnivelado, como que preparando o visitante à apreciação do mais longo ciclo rupestre da Europa. A sua coloração exterior é amarelada, mimetizando as cores dos xistos locais. As placas de betão das paredes exteriores foram obtidas a partir de moldes que copiam a rugosidade dos xistos aflorados.
O Museu nasceu na sequência da polémica do Côa, que em 1995 dividiu a sociedade portuguesa entre, por um lado, os defensores da construção de mais uma barragem, neste caso no Baixo Côa, e os defensores dos núcleos paleolíticos que entretanto foram descobertos na região. A decisão política de não construção desta barragem permitiu que fossem salvos do afogamento a generalidade destes sítios rupestres, que constituem hoje o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre. E que como tal foi reconhecido em dezembro de 1998 como Património Mundial da UNESCO.
Alongando-se por 2 dezenas de quilómetros do Baixo Côa, mas expandindo-se também ao Douro e às margens de alguns dos seus afluentes, conhecem-se hoje na região 72 sítios com arte rupestre, sendo mais de mil os painéis historiados. De todos estes sítios, alguns de difícil acesso, só 3 estão abertos ao público, em visitas guiadas pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa/Museu do Côa, ambos geridos pela Fundação Côa/Parque.
O Museu do Côa constitui-se pois como a porta de entrada para um melhor conhecimento da Arte do Côa (c. de 25.000 anos de arte rupestre), uma visita que se complementará proveitosamente com um percurso guiado por qualquer dos 3 núcleos abertos ao público (Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos). Se a oportunidade surgir, poderá também o visitante experienciar uma visita noturna à Penascosa, no que será uma viagem fascinante à arte das origens, já que a luz rasante artificial potencia sempre uma melhor apreciação das gravações paleolíticas. E desta forma compreender também melhor o trabalho dos arqueólogos na descodificação destas formas artísticas sobre rocha.
A visita ao Museu do Côa é pois um mergulho nas mais intemporais e arcaicas criações artísticas conhecidas em Portugal.
Horário: 10h00 - 13h30 | 14h00 - 17h30
A Bilheteira encerra 30 minutos antes da hora de fecho do Museu.
Encerra às Segundas Feiras
O Parque Arqueológico e Museu do Côa dispõe de:
- auditório
- loja
- biblioteca especializada em arte rupestre
- cacifos para recolha de volumes de pequena dimensão
- ponto de informação para consulta aprofundada das temáticas expostas
- cafetaria e restaurante (+)
- sistema de áudio-guia (ainda não disponível)
- visitas guiadas diárias à exposição em horário pré-definido
- desfibrilhador cardíaco
- cadeiras de rodas
Dois Centros de Recepção, nas aldeias de Castelo Melhor e Muxagata, de apoio às visitas aos núcleos de arte rupestre da Penascosa e Ribeira de Piscos.
Fotografias: Museu do Côa