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Afonso Reis Cabral ganha Prémio José Saramago 2019

Trineto de Eça de Queirós vence Prémio Literário José Saramago, no ano em que o galardão comemora 20 anos.

Afonso Reis Cabral. Foto: Facebook


Venceu o Prémio Leya em 2014 quando publicou o seu primeiro livro “O Meu Irmão”, agora aos 29 anos, Afonso Reis Cabral vence o Prémio Literário José Saramago com o livro “Pão de Açúcar” editado em 2018 pela Dom Quixote, um romance baseado na história verídica de Gisberta, a transexual de 45 anos morta no Porto depois de dias de agressões de 14 menores.

Nas palavras do júri, constituído pela editora Guilhermina Gomes, a poeta Ana Paula Tavares, os escritores António Mega Ferreira, Nélida Piñon e a viúva de Saramago Pilar del Rio, “Pão de Açúcar” é uma história “com espesso e confuso mundo da memória e retira do esquecimento acontecimentos que os jornais e os relatórios da polícia tinham tratado de forma redutora e parcial com silêncios e omissões que o autor se propõe a revelar”.

O mesmo júri refere que o autor “desafia o leitor a novos olhares que as regras escritas e o rigor do texto impõem”.

'Pão de açúcar" é uma “história ácida acerca de seres plausíveis e autênticos” sublinhou Manuel Frias Martins na cerimónia desta manhã onde esteve presente a ministra da Cultura.

O prémio a Afonso Reis Cabral surge numa altura em que o autor, trineto do escritor Eça de Queirós tem um novo livro que resulta da viagem que fez a pé pela Estrada Nacional 2. A experiência, de 24 dias, de percorrer sozinho os 739 quilómetros que ligam Faro a Chaves está no livro “Leva-me Contigo”.

20 anos do Prémio José Saramago

Ao longo das últimas duas décadas, o Prémio Literário José Saramago tem posto em evidência uma biblioteca de qualidade de escritores lusófonos. Criado em 1999 pela Fundação Círculo de Leitores, o galardão distingue autores do mundo lusófono com menos de 35 anos.

O primeiro a vencer o Prémio Saramago foi o autor Paulo José Miranda com o livro “Natureza Morta” que está agora a ser reeditado pela editora Abysmo e que será apresentado no Festival Fólio.

Atribuído de dois em dois anos, o Prémio Saramago distinguiu em 2001 o livro “Sobre Nenhum Olhar” de José Luis Peixoto. O livro, nas palavras de José Eduardo Agualusa, apresenta “uma galeria de personagens atormentados (…) vencidos pela vida, e no entanto, capazes, como a certo ponto escreve o autor, de roubarem morte à morte”.

O Prémio Nobel da Literatura ainda era vivo e presenciou a atribuição do terceiro prémio José Saramago á brasileira Adriana Lisboa pelo livro “Sinfonia em Branco”, em 2003. Depois seguiu-se Gonçalo M.Tavares com o livro “Jerusalém” em 2005, “O Remorso de Baltasar Serapião” de Válter Hugo Mãe em 2007 e em 2009 “As Três Vidas” de João Tordo.

Já sem a presença de Saramago foram atribuídos os prémios com o seu nome em 2001 à brasileira Andréa del Fuego com o livro “Os Malaquias”, ao angolano Ondjaki pelo livro “Os Transparentes” e em 2015 a Bruno Vieira Amaral pela obra “As Primeiras Coisas”.

O último vencedor do Prémio Saramago foi o brasileiro Julián Fuks pela obra “A Resistência” editada em Portugal pela Companhia das Letras.

O Prémio Saramago tem o valor de 25 mil euros e foi entregue esta terça-feira a Afonso Reis Cabral na sede da Fundação José Saramago em Lisboa.


por Maria João Costa in Renascença | 8 de outubro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença 

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