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ARMÁRIO é o novo tema dos Clã

Os Clã revelam mais uma canção de Véspera, o próximo álbum a ser editado em breve. 


Depois de 
Tudo no Amor e SinaisArmário é o terceiro avanço do novo trabalho de estúdio da banda e é também a primeira parceria dos Clã com Capicua que assina a letra da canção.

Aqui fica a história deste feliz encontro criativo, contada, na primeira pessoa, pela talentosa MC e autora:

“Esta foi a minha primeira colaboração com os Clã, de quem sempre fui fã e a quem sempre admirei o bom gosto. Ser convidada para escrever-lhes uma letra foi uma alegria. 

Quando nos encontrámos para ouvir algumas demos e falar sobre possíveis ideias, perguntei-lhes se tinham algum conceito para o álbum e se queriam sugerir algum caminho. 

Explicaram-me que gostam de dar toda a liberdade a quem lhes escreve e que o acaso costuma garantir a coerência do todo, mas que, se tivessem que situar o novo disco, seria no prenúncio que antecipa um grande acontecimento. O segundo antes da explosão. O hiato entre a normalidade e a ruptura. O batimento imediatamente antes do descompasso. 

Ora foi daí que me surgiu esta letra. Lembrei-me do canário da mina que dá o sinal de alerta, antecipando a asfixia. Lembrei-me da onda que recua antes do maremoto. Lembrei-me do silêncio dos pássaros antes do estalar da tempestade. E resolvi usar essas imagens para falar indiretamente sobre ansiedade, depressão e pânico. As verdadeiras pandemias do nosso século.

Curioso é perceber que o disco dos Clã acabou por ser terminado precisamente no momento  que antecedeu o caos, e que agora estamos todos fechados em casa, mais ou menos claustrofóbicos, como a letra do "Armário" sugere. Resta saber se teremos verão e que outros prenúncios nos trará o novo disco dos Clã.”
Capicua

O videoclipe de Armário, estreado na passada quarta, 15 de Abril, (e que num só dia alcançou mais de 20.000 visualizações), é de Joana X e André da Loba (também autor das ilustrações), com a colaboração de Dulce Cruz e Nuno Marques.

Eu vou no arrepio
Eu vivo o desconforto
Eu sinto o calafrio
Pressinto o maremoto
 
Eu falho sempre o tiro
E digo que é por pouco
Faço mira ao destino
Mas do lugar do morto
 
Isto é um ápice
Isto é um triz
E eu estive quase
Pra ser feliz
 
Hesito e não mergulho
E o susto não me passa
Eu já não tenho orgulho
Mas prezo a carapaça
 
É onda que recua
É nuvem que ameaça
Eu já nem saio à rua
Com medo da desgraça
 
Oh Oh Oh
Dentro do meu armário não há verão
Oh oh oh
Eu sou como o canário
Da mina de carvão
 
Eu sinto falta de ar
Eu tenho falta de ar
 
As aves já não piam
O calo já não sofre
As folhas rodopiam
E cheira a enxofre
 
Eu sou um gato preto
Eu nunca tenho sorte
Faço secar o trevo
Posso agoirar a morte
 
É um ápice
É um triz
E eu estive quase
Pra ser feliz
 
Oh Oh Oh
Aqui no meu armário não há verão
Oh oh oh
Eu sou como o canário
Da mina de carvão
 
Oh Oh Oh
No escuro do armário não há verão
Oh oh oh
Eu sou como o canário
Da mina de carvão
 
Eu sinto falta de ar
Preciso sair
Eu tenho falta de ar
Eu quero sair
Não dá pra respirar
Eu quero sair

Armário
Letra: Capicua | Música: Hélder Gonçalves | Manuela Azevedo: voz e coros | Hélder Gonçalves: guitarra de 5 cordas e programações | Miguel Ferreira: teclados | Pedro Biscaia: teclados | Pedro Santos: baixo | Pedro Oliveira: bateria | Produzido por Hélder Gonçalves | Gravado n’ O Nosso Gravador por Nelson Carvalho | Gravações adicionais: Hélder Gonçalves e Miguel Ferreira | Mistura: Nelson Carvalho, Estúdio Valentim de Carvalho, Paço de Arcos | Masterização: Andy VanDette, Evolve Mastering, Nova Iorque




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