"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Evocação Histórica dos Teatros do Parque Mayer

Aqui retomamos referências que ao longo de dezenas de anos fizemos aos teatros do Parque Mayer, tendo em vista a concentração histórica de sucessivos ou/e simultâneos centros de espetáculo no coração de Lisboa.


Não é pois obviamente a primeira vez que o fazemos, e seria aliás no mínimo estranho que assim fosse: mas tenha-se presente que ali foi urbanizado e estabelecido e desenvolvido, ao longo de dezenas de anos, um centro de espetáculos que ainda hoje, de certo modo, marca e caracteriza a cultura urbana de Lisboa e do país.

Insista-se, já aqui evocámos a estrutura e a atividade teatral, no âmbito global do termo, dos teatros do Parque Mayer. E já tivemos ensejo de, em textos variados, referir as origens deste centro cultural que o Parque Mayer, a partir dos anos 20 do século passado, constitui. Pois podemos então recordar que foi em 1922 que se estreou no Parque Mayer um espetáculo: concretamente, a revista ”Lua Nova” de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos, no que na época se chamou “um teatro provisório”, ao qual foi dado o nome evocativo da então ainda célebre atriz Maria Vitória.

Hoje o nome artístico já nada diz: mas na verdade, o chamado Teatro Maria Vitória constituiu a primeira grande iniciativa teatral do Parque Mayer. E será oportuno invocar a rede de edifícios de espetáculo, que tanto marcaram e de certo modo ainda hoje marcam a vocação público-cultural do coração de Lisboa...

E nesse aspeto, importa ter presente a tradição de espetáculos, sobretudo de teatro, que o Parque Mayer desenvolveu, e isto praticamente desde há um século. É realmente extraordinário, tendo em vista designadamente a inovação que, no quadro epocal, representou esta concentração de edifícios e de atividades de vocação cultural, cénica, musical e cinematográfica.

Para além, note-se, de outras expressões de congregação de público, de arte e de cultura ou de recreação social.

Tenha-se aliás bem presente que este conjunto de edifícios, bem no centro de Lisboa, constituiu como que uma área de renovação das artes de espetáculo, no coração da cidade. Mas importa recordar que a zona constituiu desde há séculos, uma zona urbana de vocação de espetáculo e de cultura. No Parque Mayer, recordamos então os Teatros Maria Vitória, Variedades, Capitólio, este também cinema durante décadas, e até o Teatro ABC, que foi o primeiro a desaparecer.

E importa então ter presente a relevância que, neste conjunto arquitetónico-cultural, assumiu o arquiteto Luís Cristino da Silva (....) desde logo porque a ele se deve o pórtico de entrada do Parque Mayer. Mas também, e não é pouco, o então Cineteatro Capitólio que, durante décadas constituiu o principal centro de criação cultural – espetacular (e o termo é utilizado na sua expressão mais abrangente...) da zona. Com a circunstância de a Cristino da Silva se dever não só o projeto do Capitólio, inaugurado como cinema em 1930, mas também do pórtico do Parque Mayer, notável na sua expressão arquitetónica.

E sobretudo no que respeita ao Capitólio, valerá a pena retomar e reelaborar análises que já temos feito. 

Duarte Ivo Cruz

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