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Exposições

"As Máscaras do Corpo"

A exposição reúne um conjunto de artistas do acervo da galeria em que a representação do corpo pode ser entendida como uma associação de reflexões sobre as diversas modalidades da corporalidade com que nos expressamos e sobre a qual nos interrogamos.

24 Nov a 10 Fev 2023

Movart
Rua João Penha, RC 14A, 1250-131 Lisboa

Este sentido interrogativo é presente numa geografia multifacetada que se afasta de uma ideia de generalização sobre a prática artística, e como refere Débora Almeida Ferreira acerca da arte africana “partindo de um ponto de vista eurocêntrico, é concebida uma ideia equivocada de uma arte africana única e homogênea: máscaras, estatuetas, músicas e danças, que uma vez já foram depreciadas por serem consideradas primitivas, tornou-se aos olhos europeus um objeto de puro exotismo, tanto pelo uso de diferentes materiais, como pela sua técnica, desenho e estilo correspondente a cada localidade.”1

A ideia de máscara, da persona, é associada à identidade, mas também ao seu duplo na presença do rosto, ou do corpo e do seu género, em sentido mais abrangente. A máscara é uma forma de representação, e de transmutação, criada por vezes num contexto teatral ou psicológico, e pode representar a revelação na sua exteriorização para o Outro e, simultaneamente na sua forma contraditória, uma ocultação, por resgatar no sujeito uma vivência e o seu correlato temporal. Neste sentido, a relação do corpo com a máscara pode ser entendida como um espaço de reconfiguração, independentemente da sua origem tradicional ou do seu lugar de residência, e como um território performativo e de acção transformadora, enquanto suporte de uma discursividade produtora de múltiplos sentidos e significados, que preserva a memória sem ficar refém da sua própria história. Se a ideia de máscara(s) pode ser entendida como metáfora das possibilidades de cada sujeito sobre o seu próprio do corpo, ou sobre a sua indumentária, pode também potenciar essa acção transformadora sobre o espaço onde o corpo inscreve a sua presença, e o seu trânsito num contexto simbólico, social e político, cada vez mais partilhado.

A selecção de obras para a exposição, de Alice Marcelino, Ana Silva, Gabriela Noujaim, Gonçalo Mabunda, Keyezua, Mário Macilau e Fidel Évora, numa ocupação de todo o espaço interior e exterior da galeria, pretende dar a ver diferentes propostas artísticas como ensaios visuais sobre a condição humana, num sentido especulativo e exploratório da sensibilidade do observador, confrontando-nos com linguagens e registos autorreferenciais que transitam entre memórias diversas, e diferentes meios de expressão artística.

1 Cf. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana Ano VII, NoXIII, Julho/2014 p. 33
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