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Música

Summer of Hate * Máquina

Concerto agendado para dia 27 de janeiro, às 22h00, na Galeria Zé dos Bois

27 Jan 2023  |  22h00

Galeria Zé dos Bois
R. da Barroca, 59 . 1200-049 Lisboa

Summer of Hate

Summer of Hate (S º H), nome que evoca imediatamente o verão de 1969 e a chacina cometida pela família Manson contra a alta sociedade de Los Angeles, foi escolhido por estes seis músicos do Porto para baptizar a sua banda de rock neo-psicadélico (se o leitor achar esta relação exagerada, basta consultar o avatar da banda no Spotify, onde uma mulher segura uma guitarra de 12 cordas sob o slogan «eat the rich and die»). Segundo o seu comunicado de imprensa, os Summer of Hate têm um pé na pop dos anos sessenta e outro nos anos oitenta, nomeadamente, no shoegaze, no pós-rock e no pós-punk britânico, o que os faz soar «como se uma banda folk estivesse a entrar em psicose»: na frente e ao centro temos a cantora Laura Calado, cujas melodias pairantes e desdobradas em ecos são impelidas verticalmente, para o êxtase, pela força das três guitarras eléctricas, entrelaçadas tímbrica e riffisticamente, de João Martins, Pedro Adelino e Pedro Ferreira; segundo uma entrevista à Threshold Magazine, o guitarrista João Martins diz que «com 3 guitarras existe mais informação harmónica, a parede de som torna-se mais densa e dada a natureza impressionista das texturas cada performance soa diferente pois notam-se artefactos sonoros novos sempre que se toca». A isto soma-se a pulsação repetitiva de Michel Oliveira no baixo e de Pedro Lopes na bateria, algo que resulta numa paradoxal ancoragem e desorientação narcótica e lasciva que evoca o som de colossos do underground internacional como os Brian Jonestown Massacre, os Spacemen 3 ou os My Bloody Valentine. Os Summer of Hate estrearam-se ao vivo em 2016, no já extinto, porém lendário, festival Reverence Valada, e entre 2017 e 2019 lançaram quase 40 demos, dois singles e um álbum ao vivo no Ferro Bar no Porto. No final de 2022, e em sequência de um apoio da GDA à edição fonográfica, lançaram o seu primeiro longa-duração gravado em estúdio, Love is Dead! Long Live Love, onde tentaram, como escrevem no seu bandcamp, «incorporar as nossas influências psicadélicas / shoegazey / pós-rock numa escrita clássica de canções pop, imaginando como é que este tipo de som existiria nos anos 1960». AR

 

Máquina
Os MAQUINA são uma novidade surpreendente; pela juventude do seu projecto – apareceram no outono de 2021 – esperava-se uma criatura meio implume, mas a verdade é que o single «2», que lançaram pela ocasião do seu surgimento, é um voo decidido e ousado; são 10 minutos e meio de transe via bateria em modo motorik e vozes-espectro (Halison), de riffs casmurros e javardos no baixo (Tomás) e de uma guitarra danada (João) a subverter a esquadria da repetição com arrastões de delay e esfaqueamentos de ruído. Na feitura do single, é preciso dizer, foram apadrinhados pelo Chaby (Mighty Sands/Spring Toast Records), sujeito com uma sensibilidade e interesse invulgares por aquilo que torna uma malha sonicamente especial em comparação a todo o resto, o que, e eles certamente concordarão, terá contribuído para a maturidade precoce deste motor de três cabeças. Em poucas palavras, os M?QUI?? tentam reproduzir, em formato power trio clássico guitarra+baixo+bateria, a estética que geralmente se associa ao body music, ao industrial e ao techno, construindo pontes diplomáticas entre a malta da música de dança, os psicadélicos e a malta do punk, um pouco à semelhança do que têm feito os 10 000 Russos ao nível internacional.


Entrada: 8€
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