Esta ecografia geograficó-histórico-demográfica, realizou-se através de um serviço educativo gratuito aos fins de semana, ao longo de três meses, como forma de investigação e de levantamento de material.

Ao longo deste tempo, os jovens saíram à rua e entrevistaram dezenas de moradores e não moradores da Tapada. Estes testemunhos reais serviram como base para a criação do texto.

As crianças do primeiro ciclo e infantário do agrupamento de escolas Visconde Juromenha juntaram-se a nós e em parceria com o nosso Cenógrafo e com os jovens das oficinas desenvolveram o cenário do espetáculo.

Este é um espetáculo itinerante. É um espetáculo sobre muitas coisas. É um espetáculo sobre a vida, mas sobretudo sobre a morte. É um início de processo de luto a um espaço devoluto e arruinado.

Através de uma linha narrativa dúbia, entre o real e o imaginário, o público é desafiado a iniciar este processo de papiloscopia (O estudo das membranas das impressões digitais, da identidade dos corpos).

A morte espreita em cada esquina, em cada gota de humidade, em cada grão de poeira. Restam vestígios de uma vida passada, longínqua, que geram imagens e sensações distópicas.

Este mercado pode ser muitas coisas. Ou só um mercado.

Que coisas podem ter aqui acontecido? Que coisas ainda podem vir acontecer?

DIREÇÃO: Tomás Barroso