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Mosteiro de Tibães recria "Casa das Pinturas" e devolve ao olhar público parte da coleção de José Teixeira Barreto
Originalmente criada em 1813 em homenagem a José Teixeira Barreto, artista de referência da escola neoclássica do Porto, a Casa das Pinturas de Tibães renasce em versão contemporânea para devolver ao olhar do público parte da coleção que o pintor e ex-monge beneditino doou ao Mosteiro, guardada desde 2008 nas suas reservas.
11 Jul 2025 | 17h00
Mosteiro de Tibães
Rua do Mosteiro, nº 59 4700-565 Mire de Tibães
No novo espaço, em registo “gabinete de curiosidades”, ficarão expostas em permanência um total de 66 peças gentilmente cedidas pelo Museu Nacional Soares dos Reis, atual proprietário da coleção Teixeira Barreto. A cerimónia de inauguração é no próximo dia 11 de julho, sexta-feira, às 17:00, na Sala do Capítulo, coincidindo com o Dia de São Bento. Na ocasião será também apresentado o livro “Conhecer o Mosteiro de Tibães – a Casa das Pinturas”, editado pelo Grupo de Amigos de Tibães (GAMT).
Fundado em finais do século XI, o Mosteiro beneditino de São Martinho de Tibães, em Braga, recebeu Carta de Couto em 1110, pela mão dos condes D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Tornou-se casa-mãe da Congregação de S. Bento dos Reinos de Portugal em 1567, atingindo o esplendor nos séculos XVII e XVIII, como centro difusor de Educação, Arte e Cultura. Após o encerramento do Mosteiro, em 1834, a atividade religiosa manteve-se até aos nossos dias. Classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944, é tutelado pelo Património Cultural, Instituto Público.
José Teixeira Barreto ingressou como irmão leigo no Mosteiro de Tibães em 1782, com 19 anos. Desde logo começou a pintar, adotando o nome religioso de Fr. José da Apresentação. Trabalhou também nos mosteiros de Pombeiro e de Santo Tirso. Em 1785 foi enviado para Lisboa com o objetivo de aprofundar os estudos de pintura. Do Mosteiro de São Bento da Saúde seguiu para Roma, onde acumulou obras que trouxe para o Porto em 1797, quando regressou de Itália.
O artista morreu em 1810, deixando em testamento ao Mosteiro de Tibães 90 pinturas da sua vasta coleção. Em sua memória nasceu, pouco tempo depois, a Casa das Pinturas, com um espólio que foi aumentando, constituído por pinturas, gravuras, moedas, medalhas, obras provenientes de outros mosteiros e novas aquisições.
“O pintor Joaquim Rafael foi incumbido de organizar e ampliar a coleção deste ‘gabinete de curiosidades’ monástico, um dos primeiros museus constituídos em Portugal. Após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, este conjunto artístico foi inventariado e conduzido para locais diversos, sobretudo para o Porto, com o intuito de integrar quer a Biblioteca Pública quer o Museu Portuense. Em 2008 chegam a Tibães, provenientes do Museu Nacional de Soares dos Reis, 66 peças da coleção de Teixeira Barreto que estavam em reserva no referido museu”, explica Paulo João da Cunha Oliveira, coordenador dos Mosteiros de Tibães, Pombeiro, Rendufe e Vilar de Frades, no prefácio do livro “Conhecer o Mosteiro de Tibães – a Casa das Pinturas”.
No mesmo texto, salienta: “A ideia que preside à atual abertura ao público da Casa das Pinturas de Tibães provém da significação contemporânea daquilo que foram os Gabinetes de Curiosidades, que se desenvolvem sobretudo no século XVIII, e que foram criados com o intuito de reunir nessas salas um conjunto de objetos diferenciados, procurando recriar a maravilha da obra de Deus. A apresentação das peças nesta sala não está estruturada por um saber lógico e harmónico, como num museu. A apresentação das pinturas está organizada invocando a descoberta, sem etiquetas nem legendas. Hoje é possível abrirmos ao público e ao conhecimento de todos a Casa das Pinturas”.
Fundado em finais do século XI, o Mosteiro beneditino de São Martinho de Tibães, em Braga, recebeu Carta de Couto em 1110, pela mão dos condes D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Tornou-se casa-mãe da Congregação de S. Bento dos Reinos de Portugal em 1567, atingindo o esplendor nos séculos XVII e XVIII, como centro difusor de Educação, Arte e Cultura. Após o encerramento do Mosteiro, em 1834, a atividade religiosa manteve-se até aos nossos dias. Classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944, é tutelado pelo Património Cultural, Instituto Público.
José Teixeira Barreto ingressou como irmão leigo no Mosteiro de Tibães em 1782, com 19 anos. Desde logo começou a pintar, adotando o nome religioso de Fr. José da Apresentação. Trabalhou também nos mosteiros de Pombeiro e de Santo Tirso. Em 1785 foi enviado para Lisboa com o objetivo de aprofundar os estudos de pintura. Do Mosteiro de São Bento da Saúde seguiu para Roma, onde acumulou obras que trouxe para o Porto em 1797, quando regressou de Itália.
O artista morreu em 1810, deixando em testamento ao Mosteiro de Tibães 90 pinturas da sua vasta coleção. Em sua memória nasceu, pouco tempo depois, a Casa das Pinturas, com um espólio que foi aumentando, constituído por pinturas, gravuras, moedas, medalhas, obras provenientes de outros mosteiros e novas aquisições.
“O pintor Joaquim Rafael foi incumbido de organizar e ampliar a coleção deste ‘gabinete de curiosidades’ monástico, um dos primeiros museus constituídos em Portugal. Após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, este conjunto artístico foi inventariado e conduzido para locais diversos, sobretudo para o Porto, com o intuito de integrar quer a Biblioteca Pública quer o Museu Portuense. Em 2008 chegam a Tibães, provenientes do Museu Nacional de Soares dos Reis, 66 peças da coleção de Teixeira Barreto que estavam em reserva no referido museu”, explica Paulo João da Cunha Oliveira, coordenador dos Mosteiros de Tibães, Pombeiro, Rendufe e Vilar de Frades, no prefácio do livro “Conhecer o Mosteiro de Tibães – a Casa das Pinturas”.
No mesmo texto, salienta: “A ideia que preside à atual abertura ao público da Casa das Pinturas de Tibães provém da significação contemporânea daquilo que foram os Gabinetes de Curiosidades, que se desenvolvem sobretudo no século XVIII, e que foram criados com o intuito de reunir nessas salas um conjunto de objetos diferenciados, procurando recriar a maravilha da obra de Deus. A apresentação das peças nesta sala não está estruturada por um saber lógico e harmónico, como num museu. A apresentação das pinturas está organizada invocando a descoberta, sem etiquetas nem legendas. Hoje é possível abrirmos ao público e ao conhecimento de todos a Casa das Pinturas”.
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