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Teatro

"Dédalo" no Teatro da Politécnica

Depois de ter estado em cena no Festival Internacional de Cultura em Cascais e no Espaço Mais Alguns em Marvila, em setembro e outubro do ano passado, o espetáculo regressa agora a Lisboa para duas semanas finais de apresentações.

17 Jan a 27 Jan 2018

Teatro da Politécnica
Rua da Escola Politécnica, 56, 1250-102 Lisboa


Inspirado no mito grego, Dédalo é a segunda parte de uma trilogia de Miguel Graça que começou em 2016 com Minotauro e terminará ainda este ano com Ariadne. A peça está em cena até 27 de janeiro e conta com os atores David Esteves e Pedro Caeiro que nos apresentam uma pergunta que os dois atores e um autor ausente tentam responder: como se constrói uma casa? A casa é uma metáfora para a família, para o amor e para o auto-conhecimento, e as três personagens vivem a impossibilidade de alcançarem cada uma dessas três coisas em diferentes momentos da vida.

Esta quinta produção do grupo Urso Pardo mantém as características que marcaram os espetáculos anteriores, onde a fronteira entre realidade e ficção e entre teatro e a performance é o ponto de partida para uma reflexão sobre o presente e sobre o nosso pequeno papel num enorme universo.

SINOPSE

Dédalo, a figura da mitologia grega, é o ponto de partida para este espetáculo. Arquiteto, inventor, construtor do Labirinto, pai e homem sem mulher,  ele é também um símbolo de como ações extraordinárias e aparentemente positivas têm sempre, mesmo que a longo prazo, consequências negativas, como pode ser visto nos mitos da construção do Labirinto (de onde Dédalo tem, primeiro, enorme dificuldade em encontrar a saída da sua invenção) ou de Ícaro (vítima indireta de Dédalo, que ao encontrar uma saída para o cativeiro de ambos, acaba por levar o filho à morte). Nesse sentido, Dédalo é aqui uma figura associada sobretudo à solidão, ou à impossibilidade de escapar dela, quase que uma tragédia da repetição, um pathos em que as ações levam inevitavelmente à construção de um labirinto e não de uma casa, representando os dois atores e o autor (ausente do palco mas presente no texto) essa figura em diferentes momentos da vida.

INFORMAÇÕES E FICHA ARTÍSTICA

TEXTO Miguel Graça
CRIAÇÃO David Esteves|Miguel Graça|Pedro Caeiro
INTERPRETAÇÃO David Esteves|Pedro Caeiro
DESENHO DE LUZ Daniel Worm d'Assumpção
FOTOGRAFIAS Arlindo Camacho
Horário: 3ª e 4ª às 19h|5ª, 6ª e Sab. às 21h

Preços: Bilhete normal = 10€
Dia espectador (terças-feiras) = 6€
Descontos (menores 30, maiores 65, profissionais espectáculo, estudantes, grupos ≥ 10 pessoas) = 6€ 
M/16
reservas e informações: 961 690 281|213 916 750
Dias úteis das 10h às 18h

URSO PARDO

Urso Pardo é um projeto assente na ideia de um teatro com uma dramaturgia viva, escrita para ser mostrada agora, explorando o conceito de efemeridade e de cruzamento entre realidade e ficção, sendo os actores o motif para uma história onde eles próprios são as personagens.

Neste caso, portanto, as personagens surgem dos atores, são escritas para eles e não o oposto, ou seja, não há uma busca do ator pela personagem mas sim a tentativa de ser aquelas palavras. Propomos, assim, um caminho que não use a desconstrução como processo de criação e de trabalho, mas sim a construção, que se inicia com a elaboração do texto dramático e depois continua acrescentando-lhe os atores, a luz e o cenário, todos partes integrantes dessa construção teatral da verdade, que pouco ou nada tem a ver com uma vertente naturalista da cena.

Acreditamos que o Teatro é um dos poucos momentos em que o Homem consegue abstair-se da sua própria realidade e, durante a duração de um espetáculo, estar mais atento a uma realidade que lhe é mostrada. Acreditamos que dessa análise resulta, depois, um confronto do espectador com a sua própria realidade e que, dadas as circunstâncias corretas, o Teatro consegue ajudar o Homem a suportar e imensa dor da existência, ou, pelo menos, a compreender que não está sozinho. É nesse sentido que também acreditamos  que os atores não são apenas executantes, mas que devem fazer parte de uma lógica de envolvimento na criação, o que implica uma responsabilização dos mesmos pela sua presença no espetáculo. Criado em 2014 por Miguel Graça e Pedro Caeiro, o projecto Urso Pardo realizou os seguintes espetáculos:

  • Cassiopeia de Miguel Graça (2014 no Teatro Taborda – criação de Pedro Caeiro)
  • se eu não fechar os olhos de Miguel Graça (2015 no Teatro Municipal Mirita Casimiro e no Teatro do Bairro, 2016 no Teatro do Bolhão – criação de Miguel Graça)
  • Minotauro (2016 no Teatro do Bairro e 2017 na Mala Voadora – criação de David Esteves e Jani Zhao)
  • Lugares#1 de Miguel Graça (2017 na Ribeira – Primeiros Sintomas, criação de Miguel Graça e Pedro Caeiro)
  • Dédalo de Miguel Graça (2017 no Teatro Municipal Mirita Casimiro e no Espaço Mais Alguns – criação de David Esteves, Miguel Graça e Pedro Caeiro)
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