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Roteiros

Rota do Românico - Percurso "Vale do Tâmega"

Uma Rota fundada nas memórias do românico, que convida a uma viagem inspiradora a lugares com História, junto de singulares conjuntos monásticos, igrejas, capelas, memoriais, pontes, castelos e torres senhoriais, amadurecida em terra forjada de verde, repleta de saberes e sabores.

Vila Boa de Quires, no Marco de Canaveses

Uma experiência fundada na História

Em terras dos vales do Tâmega e Sousa, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um singular património arquitetónico de origem românica. Este legado excecional, expresso em 58 monumentos, transporta-o para a fundação da Nacionalidade e testemunha o papel relevante desta região na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal.

Aqui vai sentir a magia de andar por lugares onde, no século XII, dominaram três das cinco primeiras famílias nobres portuguesas. Perca-se por caminhos que o surpreendem a cada instante, encante-se com a harmonia perfeita entre a natureza e os legados históricos, deleite-se entre capitéis, colunas, arquivoltas e motivos ornamentais que representam o românico de excelência em Portugal.


PERCURSO "VALE DO TÂMEGA" [>> mapa]

Igreja de São Pedro de Abragão, Penafiel
A Igreja de Abragão conserva a cabeceira da época românica, testemunho significativo da arquitetura românica do Vale do Sousa. No exterior, o friso composto por motivos geométricos recorda o modo de decorar as igrejas das épocas visigótica e moçárabe. Esta Igreja está documentada desde 1105. No entanto, a cabeceira, que a tradição atribui à iniciativa de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I, data do segundo quartel do século XIII.

Igreja de São Gens de Boelhe, Penafiel
A Igreja de Boelhe, edificada entre os meados e o final do século XIII, caracteriza-se por ser uma das mais conseguidas expressões decorativas do românico rural. Na fachada norte, os cachorros apresentam uma assinalável variedade de motivos que vão desde cabeças de touro até homens que transportam pedra. É de realçar a qualidade patente na construção dos muros, nos quais é visível uma apreciável quantidade de siglas geométricas e alfabéticas.

Igreja do Salvador de Cabeça Santa, Penafiel
O nome da Igreja de Cabeça Santa está ligado a uma devoção de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I, à relíquia de um personagem consagrado que aí se guardaria, a Cabeça Santa. Esta Igreja é um excelente exemplar para compreender a arquitetura românica portuguesa. O portal principal apresenta um tímpano com cabeças de bovídeos destinadas a proteger, simbolicamente, a entrada da Igreja. O portal sul possui um curioso saltimbanco, numa posição acrobática.

Mosteiro de Santa Maria de Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses
Cabeça de um importante património histórico, a sua fundação é associada à linhagem dos Gascos (ou Ribadouros), cujo poder senhorial se centrou nesta região após a Reconquista. É provável que a igreja românica, da qual só restam alguns testemunhos, tivesse sido edificada entre os seculos XII e XIII. Atualmente é expressiva da medievalidade, além dos túmulos, a ornamentação da fachada principal que indicia o caráter único que esta teria no seio do românico português.

Igreja de Santo André de Vila Boa de Quires, Marco de Canaveses
Esta Igreja, ligada na sua origem a um mosteiro, foi construída no segundo quartel do século XIII. Destaca-se a sua fachada principal composta por portal e janelão que ostentam capitéis com motivos simétricos de sabor vegetalista. Na fachada sul encontra-se um portal ricamente ornamentado, estilisticamente inspirado no românico irradiado de Paço de Sousa (Penafiel). No interior são notáveis as intervenções dos séculos XVIII e XIX, nomeadamente ao nível dos altares e das pinturas da abóbada da capela-mor.

Igreja de Santo Isidoro de Canaveses, Marco de Canaveses
Igreja românica cuja construção remonta à segunda metade do século XIII, inscreve-se num cruzamento de influências estilísticas provenientes de três áreas principais do românico português: Porto, Braga-Rates e bacia do Sousa. Destaca-se, no exterior, o seu elaborado portal principal e, no interior, o bem preservado conjunto de pintura a fresco que preenche parte da parede fundeira da capela-mor, com várias representações de santos, obra datada de 1536 e autografada por um pintor de nome Moraes.

Igreja de Santa Maria de Sobretâmega, Marco de Canaveses
Igreja que se enquadra na categoria de românico de resistência (tardio), edificada posteriormente a 1320, conforme atesta o arranjo dos seus portais, sem colunas e capitéis. No portal principal, mísulas ornadas com meias esferas (pérolas), um motivo românico com grande acolhimento nas bacias do Tâmega e Douro. Relaciona-se esta Igreja, desde a sua origem, com a Igreja de São Nicolau na outra margem do rio Tâmega e estas com a submersa ponte medieval de Canaveses.

Igreja de São Nicolau de Canaveses, Marco de Canaveses
Igreja edificada após 1320, representa um exemplo do românico de resistência, testemunhado pela ausência de colunas e capitéis no portal principal. Construída junto ao Tâmega, próxima de uma antiga via de ligação do litoral ao interior do vale do Douro, apresenta dimensões modestas, tendo sido intervencionada na época moderna, nomeadamente através da abertura de janelas. No seu interior destacam-se as pinturas murais a fresco, descobertas em 1973, e que se julga terem integrado um conjunto de maiores dimensões.

Igreja de São Martinho de Soalhães, Marco de Canaveses
Soalhães foi um território muito importante e cobiçado pela nobreza medieval. O interior da Igreja de Soalhães espanta pelo investimento que no século XVIII a ornamentou com painéis de azulejos, painéis em madeira relevada e talha que se estende além dos próprios altares. Dessa época persistem o portal principal, a moldura com pérolas do interior do óculo que o encima e o túmulo guardado por arcossólio na capela-mor.

Igreja do Salvador de Tabuado, Marco de Canaveses
Edifício enquadrado na categoria de românico de resistência, a Igreja do Salvador de Tabuado impressiona pela robustez da sua construção, acentuada pela torre sineira e pelos contrafortes que sustentam as paredes laterais. Da sua estrutura destaca-se o portal principal ornamentado com elementos comuns ao românico do Tâmega e Sousa, como as cabeças de bois. No interior destaca-se a pintura mural que representa uma sagrada conversação entre Cristo juiz, São João Batista e São Tiago.

Ponte do Arco, Marco de Canaveses
Ponte de um só arco de volta perfeita, que sustenta um tabuleiro em cavalete, sobre o rio Ovelha. Os mestres pedreiros instalaram os seus alicerces em dois maciços rochosos das margens, formulando assim uma estrutura mais robusta e segura. Parte de uma rede municipal e paroquial de caminhos no antigo concelho de Gouveia, a Ponte do Arco é uma boa representante do modelo de travessias locais que se difundiu ao longo da época moderna.

Igreja de Santa Maria de Jazente, Amarante
Integrada no conjunto de igrejas ditas de românico de resistência, Jazente preserva a simplicidade ornamental que caracterizaria o período da sua edificação. No exterior domina a composição do portal, rematado por tímpano onde se expõe uma cruz perfurada. No interior, preserva-se a imagem gótica que invoca o seu orago, Santa Maria. A Jazente liga-se o nome do poeta Paulino Cabral, que marcou a segunda metade do século XVIII com os seus curiosos sonetos.

Ponte de Fundo de Rua, Amarante
Num dos dois canais de trânsito derivados de Amarante na direção do interior transmontano e do Alto Douro, a Ponte de Fundo de Rua, sobre o rio Ovelha, é uma robusta estrutura de pedra construída talvez no século XVII para substituição de travessia anterior. Constituída por quatro arcos desiguais, sobre os quais se sustenta um tabuleiro ligeiramente inclinado, assume-se na paisagem como importante obra de engenharia, por onde se escoavam pessoas e bens neste território da Península Ibérica.

Igreja de Santa Maria de Gondar, Amarante
Igreja de pequenas dimensões, foi edificada no século XIII, dentro do apelidado românico de resistência (tardio). Foi cabeça de um mosteiro feminino, provavelmente fundado por indivíduo da linhagem dos Gundares. Foi secularizada em 1455, por ação de D. Fernando da Guerra, arcebispo de Braga. A sua estrutura românica primitiva sofreu poucas transformações ao longo dos séculos. A arquivolta externa do portal principal exibe o motivo do enxaquetado (enxadrezado), tão caro ao românico português.

Igreja do Salvador de Lufrei, Amarante
Outrora igreja monástica, Lufrei passou a secular em 1455, à semelhança de Gondar. Aqui existiu uma comunidade feminina da ordem de São Bento da qual não restam vestígios. Implantada num vale, próximo do local de junção de dois pequenos cursos de água, a Igreja de Lufrei inscreve-se no chamado românico de resistência (tardio), testemunho da sua popularidade entre as comunidades rurais do norte de Portugal. No interior destaca-se a decoração com pinturas murais a fresco.

Igreja do Salvador de Real, Amarante
Antiga igreja matriz de Real (substituída em 1938), trata-se de um edifício erguido no século XIV. A fachada principal revela um período que anuncia já a chegada do gótico: portal de arco ligeiramente quebrado, sem tímpano, colunas esguias com capitéis de escultura pouco volumosa e expressiva. Na fachada sul persiste um arcossólio com túmulo, cuja tampa ostenta uma espada gravada. No interior ainda se apreciam as cruzes de sagração, românicas e inscritas em círculo.

Mosteiro do Salvador de Travanca, Amarante
Igreja monástica que se distingue, no contexto do património românico português, pelas invulgares dimensões e pela importância da sua ornamentação escultórica (ao nível dos capitéis) e pela extraordinária torre, onde se destaca o belo portal com um Agnus Dei (Cordeiro de Deus). Fundado na esfera de influência dos Gascos (tal como Vila Boa do Bispo, no Marco de Canaveses), Travanca constituiu, na Idade Média e muito além, um dos principais mosteiros masculinos do Entre-Douro-e-Minho.

Mosteiro de São Martinho de Mancelos, Amarante
Reformado em 1540, quando passou aos religiosos dominicanos do Convento de São Gonçalo de Amarante, Mancelos constituiu--se como um instituto monástico afeto aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho desde o século XII. Pelos vestígios da estrutura românica é provável que a sua edificação se tenha concluído no século seguinte. No interior, destacam-se as pinturas, no conjunto das quais uma, exposta na capela-mor, poderá representar o bispo frei Bartolomeu dos Mártires.

Mosteiro do Salvador de Freixo de Baixo, Amarante
Complexo monástico, implantado em fértil vale, composto por igreja, torre sineira, vestígios do primitivo claustro e da primitiva galilé. Da construção românica subsiste a fachada da igreja. Composto por três arquivoltas, o portal principal evidencia capitéis finamente esculpidos com animais e motivos vegetalistas. No interior, despojado e singelo, merece observação atenta a pintura a fresco que representa a cena da Adoração dos Reis Magos (ou Epifania), atribuída à oficina de Bravães I.

Igreja de Santo André de Telões, Amarante
Outrora igreja monástica, Telões era já no século XVI espaço secularizado para onde convergiam as atenções da Colegiada de Guimarães que aqui detinha o direito de padroado. Talvez assim se possa compreender a campanha artística que levou ao preenchimento das paredes da nave e capela-mor com pintura a fresco, de que resta hoje, apenas, um fragmento representando o nascimento de Jesus Cristo (Natividade). Edificada do século XII para o XIII, foi profundamente intervencionada nos séculos seguintes.

Igreja de São João Batista de Gatão, Amarante
A Igreja de Gatão é um monumento que assinala um arco cronológico de construção entre os séculos XIII e XIV, apresentando-se como uma edificação onde se cruzam elementos românicos (a cornija com arquinhos da capela-mor e o portal principal) e outros que anunciam já o período moderno, nomeadamente o conjunto de pintura mural dos séculos XV e XVI patente na capela-mor e nave. Destaca-se na paisagem pela implantação isolada que acentua a sua singularidade.

Castelo de Arnoia, Celorico de Basto
Castelo românico, situado no topo da antiga Terra de Basto. Impõe-se na paisagem como fortaleza de origem roqueira, sendo de destacar a sua torre de menagem, o torreão quadrangular e a cisterna. Em baixo, a antiga vila de Basto (hoje conhecida como aldeia do Castelo), com o seu pelourinho, casa das audiências e botica (farmácia), lembra a época de maior movimento, quando por aqui passava importante estrada a ligar o Sousa ao Tâmega.

Igreja de Santa Maria de Veade, Celorico de Basto
Edifício de fundação medieval, cuja estrutura deve ter sido erguida no século XIII, a Igreja de Veade foi profundamente intervencionada nos séculos XVII e XVIII, por iniciativa de influentes senhores da Ordem de Malta. Da construção românica restam os portais laterais norte e sul, com ornamentação que liga esta Igreja aos templos medievais das bacias do Tâmega e Douro, e que deixam adivinhar a monumentalidade do edifício românico primitivo.

Igreja do Salvador de Ribas, Celorico de Basto
A Igreja de Ribas terá sido edificada de um só fôlego, dada a semelhança dos elementos que constituem a sua estrutura românica, dominada por um motivo ornamental muito caro à época, a pérola relevada. Contrastante, o interior, à semelhança da maioria das igrejas românicas, mostra bem como a estrutura da época medieval deu resposta às exigências do Concílio de Trento, acolhendo um abundante conjunto de talha dourada e de imagens de tipologia barroca.

Igreja do Salvador de Fervença, Celorico de Basto
Igreja de raiz românica, cuja capela-mor datará do segundo quartel do século XIII, conforme testemunha a decoração dos capitéis e demais influências artísticas aí compiladas, provenientes dos estaleiros e edificações das regiões do Minho e do eixo Braga-Rates e que permitiram a distribuição de motivos e modelos pelas igrejas da bacia do Tâmega e do Douro. A nave é obra da década de 1970, que pode ter até aproveitado parte da estrutura do primitivo corpo românico.

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