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Roteiros

Pátios e Vilas de Lisboa - Alfama

O bairro de Alfama, na encosta sul da colina do Castelo, conserva a urbanização medieval de influência árabe. O termo de origem moura significa 'aglomeração', 'refúgio' ou, segundo outros especialistas, 'paço do concelho mourisco', marcando assim a sua proximidade com a antiga mesquita principal de Lisboa.


Com a conquista de Lisboa em 1147, Alfama foi povoada de cristãos, tendo os habitantes mouros sido deslocados para norte.
É um bairro popular, com alguns importantes edifícios religiosos e cercado de palácios, acabando nos Armazéns históricos junto ao Tejo. O terramoto de 1755 pouco o afetou, sendo uma das zonas mais pitorescas da cidade.
Vem à memória o filme de 1942 realizado por Francisco Ribeiro, O Pátio das Cantigas, no qual a vizinhança, o mexerico, os amores e desamores que espelham aspetos ligados à vivência dos pátios, contrasta de alguma forma com um certo romantismo perdido, dos novos núcleos urbanos.

Pontos de Interesse

Pátio da Cruz
Este pátio é identificado por Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa» como Pátio das Canas e localiza-se no coração de Alfama, na Rua da Galé (perpendicular da Rua de São Miguel junto ao Largo de S. Rafael). Trata-se de um pátio onde a singeleza domina e o popular se mistura no bairrismo de Alfama. Na verdade muitos dos ambientes pitorescos e populares de Alfama abundam nestes pátios, mas são os becos, travessas, escadinhas, largos e calçadas que completam este conjunto tão singular de Lisboa.

Pátio da Pascácia

Igualmente conhecido por Pátio da Sociedade - localizado na freguesia de Santa Cruz do Castelo. O nome original deve-se a uma conhecida parteira da freguesia. O recinto pertence a uma antiga casa apalaçada do século XVII. Existem vestígios de traçado maneirista quer na fachada principal quer na posterior; nesta última, que dá acesso ao interior, podem observar-se, da época pombalina, painéis de azulejos. Encontra-se ainda uma casa de dois pisos que serve de moradia.

Pátio das Cozinhas
Adquiriu o nome da rua que lhe dá acesso e está situado dentro do recinto da Alcáçova. Corresponde ao antigo palacete pombalino, transformado em unidade hoteleira. A área não se restringe ao palácio mas, também, aos antigos jardins. Todo o recinto está decorado com azulejos da segunda metade do séc. XVIII, sendo o muro do topo do pátio decorado com cenas bucólicas e campestres alusivas a dois santos: São Francisco de Paula e São Marçal. Nota ainda para o pavimento de seixos pretos e brancos formando motivos geométricos. Num dos muros do pátio pode ler-se uma inscrição de 1765.
 
 Pátio de D. Fradique
Situado na colina do Castelo, entre o Beco do Maldonado e a Travessa do Funil. Trata-se de uma dependência do antigo Palácio de Belmonte, cuja construção parece remontar ao século XV. Foi em tempos um edifício de grande imponência, embora muito do traçado original tenha sofrido alterações, quer impostas pelas ideias próprias da época quer pelo Terramoto. A entrada para o pátio processa-se através de um portal do século XVII. O pátio é constituído por dois pisos tendo no piso superior ligação com o palácio. O piso inferior resulta da anexação das hortas existentes e é exemplo de como os espaços dos antigos palácios que povoavam esta área, foram aproveitados após a debandada da aristocracia para junto do Paço Real na Ribeira. Parte da construção é contígua a vestígios do muro da Alcáçova, e de troços significativos da Cerca Moura incluindo uma torre.

Pátio do Curvo
Tem acesso pela rua do Paraíso. Considera-se como uma dependência do palácio que se encontra defronte e que pertenceu aos Curvo Semedo, hoje totalmente descaracterizada. Para ter acesso ao pátio é necessário envolver-se num corredor em forma de cotovelo. O interior esconde vestígios quinhentistas numa das habitações de dois pisos que possui uma escadaria em pedra.

Pátio dos Quintalinhos
Pátio com entrada pela rua das Escolas Gerais. É um local de grande significado histórico visto ter sido aí fundado a primeira universidade em Lisboa a mando do rei D. Dinis, em 1290. A origem do nome não é explícita, mas poderá dever-se ao facto de ter existido na zona diversos quintais de edifícios.
É muito provável que após a cessação da universidade o local tenha sido ocupado pela população. O pátio tem acesso através de um portal aberto no muro alto; no interior, no topo do lado direito, encontravam-se as fundações da universidade, no entanto, são pouco os vestígios que chegaram até nós, embora identificados e inventariados no século passado.

Pátio de José Pedreira
Situado na Rua de Santa Cruz do Castelo, este pátio preserva muitas características mouriscas. O recolhimento é proporcionado pelo muro alto e as casas têm ligação ao exterior através de um portão. Nada falta ao pátio, desde um poço, horta e um local para animais. A habitação parece ter sido uma antiga casa apalaçada do século XVII, embora bastante modificada, o que não implica que essa seja a data da sua formação.

 

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