"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Roteiros

AZULEJARIA DE LISBOA (Roteiro 2)

Este passeio inicia-se no Rossio e segue à beira rio, passa pelo bairro histórico de Alfama e pela zona Oriental onde se instalaram as primeiras casas nobres em Lisboa, e termina no Museu Nacional do Azulejo.

Restaurante/Cafetaria do Museu Nacional do Azulejo

Do Rossio encaminhemo-nos em direção da Rua Augusta. Mas antes, que tal dar uma espreitadela à Loja das Meias e ver como param as modas? Já agora repare nos puxadores das portas, no friso que corre na sanca e nas escadas, pois são todos azulejos de Querubim Lapa.

Ao correr a R. Augusta vamo-nos deparar com muitos exemplos de azulejaria de fachada, mas tome uma atenção especial, quase no fim da rua à esquina da Rua do Comércio, o interior do Banco BNC, com exemplares contemporâneos de Eduardo Nery na sua típica maneira de recriar a azulejaria portuguesa no mais puro gosto Pop. Foi prémio de azulejaria da Câmara Municipal de Lisboa em 1991.

A monumental Praça do Comércio deve ser atravessada desde o arco em direção à Estação Sul – Sueste, no ângulo Sudeste. Este edifício de Cotinelli Telmo condicionou a monumentalidade dos dez painéis de azulejos com as representações das armas das cidades do Sul de Portugal envolvidas por enrolamentos fitomórficos, a lembrar a grandiosidade do século XVIII português. Feitos da fábrica Luzitânia da autoria de Mário de Oliveira Soares.

Atravessemos agora na direção da Casa dos Bicos para ver esse exemplar único da arquitetura civil quinhentista portuguesa. Não esqueçamos quem foi o construtor desta casa, o grande Brás Afonso de Albuquerque, o mesmo que encomendou azulejos de majólica para o Convento da Graça, tornando-se num dos responsáveis pela introdução deste tipo de azulejos em Portugal ao criar um extenso programa decorativo na sua casa de campo em Azeitão, a não menos famosa Quinta da Bacalhoa.

O nosso roteiro leva-nos de seguida até à Rua do Cais de Santarém, em direção ao Chafariz d’el Rei. Não deixe de reparar nas casas números 24 a 27 que eram o antigo Palácio dos Condes de Linhares, depois Condes de Cocolim.
O Chafariz d’el Rei é hoje encimado por uma casa de gosto eclético, ou kitsch, cuja fachada é animada por alguns registos de azulejos.
Depois dirija-se ao Chafariz de Dentro que fica defronte da Casa do Fado e da Guitarra.

Na Rua do Jardim do Tabaco há uma fileira de prédios nos quais se repete o azul ultramarino que lhes confere uma unidade. É hoje o Instituto Superior de Psicologia e termina quase defronte do Museu Militar. Antes de entrar no Museu, na última esquina da rua, vale a pena reparar no painel que publicita a "Associação Protetora da Primeira Infância. Lactário-Criadeiras".

No Largo dos Caminhos de Ferro, graças ao projeto Caminho do Oriente realizado para a Expo 98, vários edifícios foram recuperados ressuscitando por debaixo do negro da poluição as cores brilhantes dos seus azulejos.

Procure um recanto já na Rua de Santa Apolónia, o lugar da antiga Bica do Sapato para onde Bela da Silva criou uma composição de azulejos onde pontuam ironicamente grandes sapatos animados por quadrados de cor. Se encontrar dificuldades não se coíba de perguntar a quem passa ou em qualquer estabelecimento no caminho.

Se continuarmos em frente e passarmos o Palácio Pancas Palha, podemos pedir autorização para entrar no antigo Palácio do Braço de Prata e observar o lambrim de azulejos do século XVIII formando uma composição ritmada.

Ao sair deste local adivinhamos a mole imensa do Convento de Santos-o-Novo e é para lá que nos dirigimos. Se por acaso não chegarmos à hora da missa (18h), vale a pena tocar na portaria onde hoje está instalado um dos vários recolhimentos da capital, pois as composições azulejadas do século XVIII que cobrem as paredes do recinto interior da igreja são fundamentais para o conhecimento desta arte. Contam a vida dos mártires de Lisboa (Máxima, Júlia e Veríssimo) nos seus diversos episódios rocambolescos, desde o martírio até ao achamento dos corpos que vieram dar à praia de Santos. Se não conseguir entrar não está tudo perdido, vale a pena subir um lance de escadas até ao primeiro andar do maior claustro de Lisboa e observar os silhares de azulejos.

Para não ficar exausto, vale a pena apanhar um taxi ou autocarro com destino ao Museu Nacional do Azulejo, não deixando de reparar nos pormenores que se nos apresentam.
Subindo pela Rua da Cruz de Pedra vemos, do lado esquerdo, uma vivenda construída nos inícios do século XX, decorada com painéis de azulejos de Arte Nova.
Após passarmos a Casa Pia estamos perante a fachada da Madre de Deus onde se instalou o Museu Nacional do Azulejo. Não vamos desenrolar toda a história da Azulejaria em Portugal que este Museu conta porque mais vale vê-la que contá-la. Referimos apenas os painéis de azulejos holandeses que ainda se encontram in situ na Igreja do Convento.

Como a jornada foi longa, concluímos o passeio sob a pérola da fresca esplanada do Museu para retemperar, enquanto se apreciam os azulejos com as figuras recortadas de peixes e outros alimentos "penduradas" nas paredes deste restaurante.

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