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Roteiros

OS PERCURSOS DA ÁGUA EM LISBOA (Roteiro 2)

Neste roteiro, propomos um percurso para oriente, em direção a Alfama - nome que significa “águas quentes” -, um bairro medieval em que tudo lembra a faina marítima, passando primeiro pelos reservatórios romanos da Baixa Pombalina.

A Lisboa quinhentista que, devido aos mercadores que nela se cruzavam em busca de bens exóticos, se converteu numa das mais movimentadas metrópoles da Europa, sofria de falta de água o que obrigou à construção de numerosos poços e chafarizes e mesmo à instituição, durante o período filipino, do imposto do “real da água”.
Mas já antes a canalização das águas para servir uma população crescente fora preocupação constante, ao longo dos séculos, dos governantes desta cidade que foi, sucessivamente, a Olisipo romana, a al-uxbuna ou aschbouna árabe-berbere e depois a Lisboa “conquistada aos mouros” com o auxílio de cruzados flamengos, normandos, ingleses e de tantas outras nacionalidades.
Foi, porém, no séc. XVIII, com o monumental Aqueduto erguido por D. João V que as “águas livres” chegaram enfim a toda a cidade através de um sistema de chafarizes de que restam ainda imponentes exemplos. Por seu lado, as águas sulfurosas ou “águas santas” de Alfama mantiveram a sua fama durante séculos. Por outro lado, a proximidade do largo estuário do Tejo que permitia o acesso de grandes embarcações, vocacionou desde cedo a cidade para o mar e para as navegações.
Tudo isto se traduz em numerosas memórias, presentes hoje ainda nas fachadas e nos nomes das ruas, em toda a Lisboa ribeirinha. Faremos, pois, o nosso percurso tomando o tema da Água como fio condutor e, nela inspirados, ele apresentará uma série de possíveis derivações, tal como a água de um rio se espraia por diversos braços. Partiremos sempre da Praça do Comércio, conhecida ainda hoje por Terreiro do Paço porque aí se localizava o Palácio Real, onde Lisboa se casa tão naturalmente com o rio.
Neste roteiro, propomos um percurso para oriente, em direção a Alfama - nome que significa “águas quentes” -, um bairro medieval em que tudo lembra a faina marítima, passando primeiro pelos reservatórios romanos da Baixa Pombalina.

Pontos de Interesse
 

Praça do Comércio
O ponto de partida é a Praça do Comércio, símbolo da reconstrução pombalina a seguir ao terramoto de 1755 que converteu a parte baixa da cidade medieval numa zona moderna, de ruas largas e de traçado ortogonal. Na cerca do Arsenal da Marinha, cujo gradeamento está virado para o Tejo, espreitemos uma bela fonte seiscentista pertencente ao Paço Real desaparecido, antes de prosseguirmos caminho sob as arcadas. Para além dos diversos ministérios que ainda aí se encontram, encontraremos o bi-centenário Café Martinho, um «poiso» amado de Fernando Pessoa, onde poderá tomar um Porto ou um Moscatel antes de seguir viagem e uma galeria de arte do próprio Ministério das Finanças.
A bela praça pombalina é hoje palco de exposição de arte pública e festas populares, em junho ou no fim de Ano. Passamos sob o arco de triunfo da Rua Augusta, hoje vedada ao trânsito automóvel, paramos na Rua da Conceição, em cujo subsolo se encontram uns extensos reservatórios romanos, só acessíveis ao público raros dias por ano e, logo a seguir, na sede do Banco Millenium, encontram-se as ruínas de uma fábrica conserveira da mesma época, essas sim acessíveis para visita e magnificamente musealizadas e integradas no edifício do Banco. Prosseguimos para a Rua da Madalena, viramos à direita e, na esquina com a Rua da Alfândega, deparamos com a Igreja da Conceição Velha, reconstruída depois do terramoto sobre as ruínas da Igreja da Misericórdia, de que se aproveitou a porta virada a sul e a Capela do Santíssimo, convertida em capela-mor. Notável o portal manuelino e o tímpano com a Senhora da Misericórdia abrigando sob o manto o Rei D. Manuel e sua irmã Leonor, fundadora das Misericórdias e o Papa Leão X.

Alfama
Vamos para Alfama pela Rua S. João da Praça - que começou um pouco atrás junto à Sé de Lisboa - e viremos à direita para a Rua Cais de Santarém onde se encontra o Chafariz d’el Rei, assim chamado em memória de D. Diniz e que foi então o mais grandioso da cidade, com bicas que abasteciam separadamente mulheres brancas e escravas e homens de côr.


Mesmo aqui no subsolo, borbulham ainda as “águas santas” debaixo de um alçapão. Seguindo pelo Largo do Terreiro do Trigo chega-se ao Largo do Chafariz de Dentro, assim chamado por se encontrar no interior da muralha fernandina e também conhecido por Chafariz dos Cavalos por as suas bicas terem cabeças de cavalo.


Aí podemos descansar e entrar na Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa que lembrará a história desta canção nacional com as suas complexas origens afro-brasileiras e que evoca nos seus textos carregados de sentimento tanto a alma popular como os grandes valores aristocráticos. Alfama é um mundo onde uma pessoa se pode perder por uma hora ou por um dia.
Contornando a Igreja da Conceição Velha pela Rua dos Arameiros, segue-se pela Rua dos Bacalhoeiros onde se encontram casas de pasto tradicionais e a antiga Loja das Conservas que oferece “mimos” do mar português em vistosas embalagens.
 
Campo das Cebolas
Mais adiante visite-se a emblemática Casa dos Bicos. Construída em 1523 sobre outra fábrica romana por Brás de Albuquerque, filho do famoso governador da Índia, foi recuperada em 1983, depois de séculos de abandono, numa intervenção pós-moderna que, reconstituindo na fachada em pontas de diamante as memórias quinhentistas, rasgou com arrojo o seu interior com uma escadaria que vale a pena espreitar. A cerca de 500m, virando à esquerda pelo Arco de Jesus (antes Porta Velha do Mar), encontrará vestígios da muralha moura da cidade.


Santa Apolónia
O fio da água pode levá-lo para longe do centro de Lisboa. Tomando um táxi junto do Museu Militar (que também merece visita) sigamos até Sta. Apolónia para conhecer o Museu da Água instalado na antiga estação elevatória dos Barbadinhos que é um excelente exemplar de arqueologia industrial do virar dos sécs. XIX/XX. Durante todo este percurso, a meia dúzia de metros, está o rio que se esconde do outro lado da Av. Infante D. Henrique. Percorrer, a partir do Jardim do Tabaco, as docas - uma zona de animação da cidade, com os seus restaurantes, bares e lojas sofisticadas - é uma experiência que vale a pena, sobretudo à noite.
 
Parque das Nações
A quinze minutos do centro de Lisboa, de táxi, o Parque das Nações foi construído para a Exposição Mundial Expo 98 sob a égide dos oceanos. A água aqui é um tema omnipresente.

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