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"UM ESTRANHO ENIGMA"
O Centro Nacional de Cultura publica uma história contada por 10 poetas e escritores de língua portuguesa.










Trata-se de um romance inédito da autoria de um conjunto importante de poetas e escritores de língua portuguesa e de um ilustrador.
Apenas teremos conhecimento de antemão da lista dos autores, mas não da ordem em que intervêm.
Numa prosa cheia de «suspense» e com todos os ingredientes dos tradicionais continuados – a que acresce o permanente inesperado e uma misteriosa tensão – procuramos interessar os leitores em geral, e em especial os mais jovens, pela leitura; mas também interessar todos pela criatividade literária.
Quem acompanhar a feitura deste romance, poderá testemunhar o processo de desenvolvimento do contexto e do enredo. Com a qualidade de experientes criadores literários, consideramos essencial retomar uma tradição de escrita assente no desafio da incerteza e do mistério.
Os poetas e escritores com que contamos são: Afonso Cruz; Ana Margarida de Carvalho; António Carlos Cortez;Djaimilia Pereira de Almeida; José Jorge Letria; Luísa Costa Gomes; Manuel Alberto Valente; Maria do Rosário Pedreira; Nuno Júdice e Patrícia Portela. As ilustrações originais e inéditas são de Nuno Saraiva.
Boa leitura!

Saltou de leve e rolou sobre o ombro para absorver momento. Duas rodas, aumento da passada, balanço, corrida e subida da parede até onde dizia Luana I love you: Jaime pôs a sola do ténis em cheio no coração. Quando aterrou, puxando o cós das calças e ajustando os fundilhos, estava um homem. Ler mais aqui

Capítulo II
Jaime pisou sangue, as solas ficaram molhadas de morte, continuou a avançar. A morena igual às outras, que o levara misteriosamente até ali, estava à sua frente, a cara aberta num sorriso celestial, como se o universo fosse uma grande piada cujo final ainda está para soltar um Big Bang, ... Ler mais aqui
Capítulo III
Jaime ignorava que ainda tinha aqueles olhos pregados nas costas da sua camisola de alças (na qual estava escrito Light My Fire sob o rosto eternamente jovem de Jim Morrison) quando dobrou a esquina e, com uma ligeira pressão do pé esquerdo, elevou o patim no ar antes de o encaixar debaixo do braço... Ler mais aquiCapítulo IV
- Como poderia ser, pensou Jaime, tinha-a visto morta e estava ali, viva da costa, com os olhos fixos nele, e ele a sentir-se já culpado da sua ressurreição? E lembrou-se de que a morena lhe falara da irmã gémea, tal qual como ela, a não ser um sinal a meio da coxa grossa, e ele agora perplexo. Ler mais aqui
Capítulo V
E nisto Jaime nauseado, não era a primeira vez que lhe dava, em situações de pânico, uns ameaços de vómitos que nunca se decidiam, ficavam ali a atormentá-lo, a embrulhar-lhe o estômago, curioso, pensava, ele que dava piruetas, fazia rodopios, saltava à altura de parapeitos sem vertigens... Ler mais aqui
Capítulo VI
Ainda eram nove horas da manhã quando Mamã Rosa lhe bateu à porta do quarto. - Levanta-te já, Jaime, estão lá fora à tua procura. Num primeiro momento, não percebeu se estava a sonhar ou acordado. Não eram horas de tirar da cama um cidadão desprevenido e não acreditava que.... Ler mais aquiCapítulo VII
Olhando para Palmira, estremunhado, e vendo-se calçado, passou-lhe pela ideia o que fizera na véspera, não sabendo já se o sonhara se o vivera de facto. Vendo-se descalço, pouco lhe tinha restado senão desencantar um sapato em algum lado, circunstância improvável, ... Ler mais aquiCapítulo VIII
Recapitulemos: Duas morenas, gémeas, um jovem de skate, seu nome: Jaime. Não se lhe sabe o apelido. É um Jaime. Qualquer um. Pobre. Vive num Bairro – no Bairro, lugar indemonstrável, impraticável. Que Bairro? No meio disto tudo, personagens: uma das morenas gémeas, heroinómana. ... Ler mais aqui
Capítulo IX
Jaime nunca gostara de ser interrogado, encostado à parede. Mentir era uma forma de fuga, de meticulosa evasão usando as palavras como mola capaz de o projetar para além da nuvem densa da mais profunda suspeita. Sabiam sempre mais sobre ele do que seria capaz de imaginar. Ler mais aqui
Capítulo IX
Jaime pisara sangue mas era o sangue inventado que corre nas bermas dos filmes menores em que a vítima é muito mais quem mata do que quem morre que lhe acenava com possíveis finais felizes para este capítulo da sua vida. Ler mais aqui
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