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Roteiros

Rota da Atalaia

Viaje connosco nesta viagem ao passado e prepare-se para uma longa caminhada.

Segundo o historiador Rui de Azevedo, em 1249 já haveria uma referência à “carreira da Atalaia” ou caminho de carros, pelo que, por esta altura, a Atalaia seria apenas um lugar de passagem para o Alentejo.                     

Relativamente ao Santuário da Atalaia é facto assente que este já existiria anteriormente a 1470, sendo uma então ermida dedicada a Santa Maria da Atalaia.

Quanto à romaria teve o seu início, provavelmente em 1507, aquando de uma terrível peste que grassou na capital. Nesse cenário de devastação e doença, um grupo de oficiais da Alfândega de Lisboa dispõem-se a formar um círio que após ter passado o rio, desembarcaram em Aldeia Galega, daqui saindo em procissão para o Santuário da Atalaia, onde rogaram a Santa Maria da Atalaia que os livrasse da peste.

O seu rogo foi atendido e a partir daí organizados numa confraria, iniciaram uma peregrinação anual ao santuário, que chegou até aos nossos dias, e que se celebra no último domingo de Agosto. A Romaria de Nossa Senhora da Atalaia, ou Festa Grande, como lhe chamavam, era efetivamente a maior festa que se realizava naquela época.

Venha recordar e recriar uma das formas que muitos dos peregrinos, vindos dos vários círios, sediados na então capital do Reino, usavam para manifestar a sua fé.

Na impossibilidade de se cumprir o percurso original, procurámos torná-lo o mais próximo possível da realidade da época. Viaje connosco nesta viagem ao passado e prepare-se para uma longa caminhada.

Parta da Praça da República, siga pela Rua Almirante Reis, continue pela Rua Joaquim de Almeida, onde encontra um interessante azulejo, que ostenta a imagem de Nossa Senhora da Atalaia.

Passe pelo edifício da PSP, antigo retiro religioso, que, em tempos, foi pertença dos frades agostinhos, e é de construção quinhentista, cujo testemunho é-nos dado por dois pináculos torsos boleados, de características manuelinas.

Já na Rotunda da Praça de Touros, siga as indicações para a Atalaia.

Siga pela antiga estrada da Atalaia ou Estrada Velha da Atalaia e, avançando um pouco mais, encontra uma outra rotunda com uma fonte.

As altas chaminés de tijolo que pontilham a paisagem, são o testemunho de tempos idos, em que por aqui existiam muitas fábricas de cortiça e tijolo. São património material e símbolo de uma atividade económica que fez prosperar a terra e contribuiu para escrever a nossa história.

Atravesse a estrada, entre em terrenos agrícolas, passe por searas, pequenas hortas, quintas e pomares, que chegam até à rotunda de Atalaia, onde logo encontramos um Cruzeiro em granito, mandado colocar pela Junta de Freguesia, em 2005, em homenagem aos círios que actualmente fazem romagem à Atalaia.

O arraial da Nossa Senhora da Atalaia, é delimitado por três cruzeiros. O Cruzeiro Quinhentista, de arquitetura moderna tem uma escultura da Pietá, protegida sob a sua cúpula. Este é o mais antigo, tendo sido mandado erigir em 1551, pela Confraria da Alfandega, como pagamento de promessa. Ainda hoje, os romeiros têm por hábito levar uma vela grossa de cera (círio) dando três voltas ao cruzeiro perpetuando os rituais antigos. Esta forma circular transmite perfeição e eternidade, um sem-fim, simultaneamente transmitindo protecção.

Depois do terreiro das oliveiras, suba a escadaria até ao Santuário de Nossa Senhora de Atalaia, que em dias límpidos tem a melhore vista sobre o Tejo e toda a região circundante.

Este santuário, tal como a maioria, tem na sua origem uma aparição divina. Dizem os crentes que a imagem de Nossa Senhora surgiu no alto de uma aroeira, próximo da Fonte Santa, onde iremos mais adiante.

Desconhece-se a fundação do templo, embora alguns autores apontem para 1623. Contudo em 1507, por ocasião da promessa da Confraria das Alfandegas, o culto a Nossa Senhora da Atalaia, começa a generalizar-se.

No interior, a imagem de Nossa Senhora da Atalaia, é enquadrada por um belo retábulo setecentista em madeira do Brasil. As paredes da nave central são revestidas a azulejos azuis e brancos oitocentistas, que retratam a vida da Virgem.

Numa das dependências anexa à igreja, encontra o Museu dos Ex-Votos, onde se encontra um vasto espólio de ex-votos populares, que ao longo dos tempos, os fiéis, foram ofertando à Sua Protetora, como pagamento de promessas. Um valioso património, de interesse religioso, antropológico e sociológico, que gostará de conhecer.

Saindo do Santuário, tome as suas traseiras e dirija-se ao eucaliptal. Atravesse-o e siga pela Alameda da…Fonte!!

Um dos elementos de culto a Nossa Senhora da Atalaia é a Fonte Santa. Por aqui sempre se falou nas propriedades santas desta água. Em todas a religiões do mundo, a água, é um elemento presente. A água fecunda, purifica, regenera, e cura. Por alturas da romaria, é culto simbólico vir até aqui para fazer a ” lavagem”.

Já de volta, pode fazer uma paragem no Museu Agrícola da Quinta Nova da Atalaia.

Este espaço é um local repleto de memórias e vivências de outros tempos. A exposição permanente retrata a vida rural do concelho, através de um valioso conjunto de alfaias e utensílios que constituem o seu espólio, e que avivam as lembranças dos mais velhos e aguçam a curiosidade dos mais novos.

Do lagar, ao pomar, da adega à horta, muito terá para aprender ou relembrar.

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