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Rua das Pretas lança novo álbum - “Um copo de fado, dois de bossa nova”

O álbum foi gravado em roda durante duas semanas em fevereiro de 2020 em um estúdio móvel para ser em um palacete em Lisboa, onde esteve em cartaz a Rua Das Pretas por 3 anos todos os sábados.

 

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O álbum traz canções da nova safra de parcerias de Pierre Aderne com Francis Hime, Gabriel Moura, Pedro Luís e José Eduardo Agualusa, além de uma regravação de “Náu - Frágil” - já gravada por António Zambujo composto por Pierre Aderne e Marcio Faraco.

Nani Medeiros, Joana Amendoeira, Nilson Dourado, Walter Areia, João Pita, Eliane Rosa, Stephan Almeida, Rui Poço, Augusto Britto e Pierre Aderne, fazem parte da teia que une Brasil, Portugal e Cabo Verde neste álbum.


Alinhamento | Ficha Técnica

1. A sombra do meu chapéu (Pierre Aderne / Gabriel Moura)
Voz: Pierre Aderne e Nani Medeiros

2. Meu Maracanã (Pierre Aderne / Gabriel Moura)
Voz: Pierre Aderne e Nani Medeiros

3. Nau - Frágil (Pierre Aderne / Marcio Faraco)
Voz: Pierre Aderne e Nani Medeiros

4. Lisboa de Janeiro (Pierre Aderne)
Voz: Pierre Aderne e Joana Amendoeira

5. Fado Sexta-Feira (Pierre Aderne / Gastão Villeroy)
Voz: Nani Medeiros e Pierre Aderne

6. Eu não sei compor um fado (Pierre Aderne)
Voz: Pierre Aderne
Vocal: Nani Medeiros e Joana Amendoeira

7. Dá-me a dança (Pierre Aderne)
Voz: Pierre Aderne

8. Rio de tanto ser (José Eduardo Agualusa / Pierre Aderne)
Voz: Pierre Aderne e Eliana Rosa

9. A cor dos teus olhos (Francis Hime / Pierre Aderne)
Voz: Pierre Aderne e Nani Medeiros

10 - Desce um Carnaval  (Pierre Aderne / Pedro Luis)
Voz : Pierre Aderne e Nani Medeiros

 

Músicos

Sete cordas  e violão - João Pita
Contrabaixo - Walter Areia
Percussão e Caixa de fósforo - Nilson Dourado
Violão  e Cavaquinho - Stefan Almeida
Cavaquinho - Augusto Brito
Guitarra Portuguesa - Rui Poço 

O mais valioso tesouro da cena musical noturna lisboeta está guardado, à frente de toda a gente, em pleno jardim do príncipe real. É conhecido por “Rua Das Pretas”, mas a morada numa rua da colina oposta da cidade, serve apenas para despistar os menos atentos. Ali, no coração das cidadelas traseiras da multidão de turistas, fica um palacete que, durante as noites de sábado, se transforma em santuários e sons.

Não é uma casa de fado, nem um clube de jazz acústico, mas acaba por ter um pouco dos dois. O espaço, de teto alto e quadros na parede, já foi palco d muitas vidas e ainda resiste à mal afamada gentrificação. É um sítio sem placa, nem nome. Mas, aos sábados e, por vezes as quartas-feira, reunem-se ali quantos amigos, à volta de copos de vinho, tocam e cantam. E fazem-no sentir absolutamente à vontade.

O anfitrião é Pierre Aderne (PA), músico nato em Paris e que vive em Lisboa há quase uma década. Faz as honras da casa. Saca as rolhas das garrafas, enche os copos, apresenta os convidados. Ele e os músicos sentam-se no centro, numa informalidade não construída. Fazem um círculo e tocam fechados uns sobre os outros, em estilo de ensaio ou tertúlia musical. Como se estivessem à volta de uma fogueira num acampamento hippie da juventude. Ou em sua própria casa, entre amigos, a desfrutar o prazer da poesia e da música. À volta dos músicos, sentam-se os ouvintes, em almofadas espalhadas pelo chão ou em bancos ou cadeiras de abrir, que se estendem até à outra sala, nunca se perdendo o tom intimista, até porque, por mais que cresça, nunca albergará mais que 70 pessoas.

Na casa de Pierre há toda uma nova cidade acústica que se celebra, um movimento cheios passado e de presente, que terá como sindicação a casa de Amália Rodrigues, onde, noite fora, conviviam músicos, artistas, intelectuais. Mas também, claro, dos longos serões em Ipanema, na casa de Tom Jobim, em Ipanema. “eu morava ao pé de Tom Jobim, na Rua Nascimento Silva, e sempre quis conhece-lo, um dia que ele estava na banda de jornais, então aproximei-me, com a preocupação de escolher a revista certa para folhear ao seu lado, escolhi uma coisa sobre literatura russa ou qualquer coisa assim. Quando olhei para o lado percebi que ele estava a ler um jornal desportivo.

Faz-se um brinde, rodando o copo em círculos, como fazia o grande Vinícius para afugentar os maus espíritos. A noite prossegue. É dada a voz e a guitarra Brian Cullman, figura marcante deste disco. Explica-se que foi em Nova Iorque, numa espécie de residência de artistas, que o álbum foi gravado, após conversa com Dirk Niepoort, produtor de vinhos, Cullman é uma figura mítica e influente da cena nova-iorquina. A sua história é feita de lendas com que conviveu. Tinha apenas 16 anos quando uma jornalista australiana fez a primeira enciclopédia do rock. O jovem Brian, que era um inveterado ouvinte de radio, leu-a de fio a pavio e anotou diversas correções, que enviou a autora. A jornalista surpreendeu-se com seus vastos conhecimentos e engraçou com ele, ao ponto de o introduzir a vida noturna e boémia do rock nova-iorquino. A mais impressionante história que Cullman conta é de quando foi a casa de alguém e deparou-se com Nico, cantora, modelo e musa de metade dos músicos americanos, que estava trancada na casa de banho apavorada com a presença de Jim Morrison, que, por sua vez, estava simplesmente deitado, quase inconsciente, no sofá da sala. Enquanto isto o telefone tocava de 15 em 15 minutos - era Leonard Cohen, ansiosamente, tentando perceber se Nico já tinha ali chegado. Um mundo de histórias, por alguém que esteve no centro da cena americana e agora, com um simplicidade de miúdo abraça este novo mundo lisboeta e tropical.

- Manuel Halpern

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