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Netflix, a grande vencedora dos Globos de Ouro virtuais. Jane Fonda ganha prémio carreira

Polémica sobre a falta de diversidadade marcou a noite. Jane Fonda, 83 anos, foi uma das vozes a fazer a apologia da diversidade.

Atriz, 83 anos, venceu prémio Cecil B. DeMille. Foto: EPA


Os Globos de Ouro, prémios de cinema e televisão da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, distinguiram Chadwick Boseman a título póstumo, como melhor ator dramático, numa cerimónia em que a Netflix foi a grande vencedora.

O ator, que morreu em 2020, aos 43 anos, foi premiado pelo seu papel no filme “Ma Rainey: a mãe do blues”, de George C. Wolfe.

A 78.ª edição dos Globos de Ouro decorreu de forma virtual, por causa da Covid-19, contando com apresentação de Tina Fey e Amy Poehler e a participação de alguns dos laureados do ano passado.

A Netflix, que contava com 42 nomeações, venceu a maioria dos prémios para televisão, com a série “The Crown”, que contava com seis nomeações, a obter quatro globos de ouro, incluindo o prémio para melhor série de drama.

A série, que reconstitui a vida da família real britânica, recebeu ainda prémios para os atores Josh O’Connor (no papel de príncipe Charles), Emma Corrin (princesa Diana) e Gillian Anderson (Margaret Thatcher).

A popular série “Gambito de Dama”, daquela plataforma de ‘streaming’, venceu na categoria de melhor minissérie, tendo a protagonista, Anya Taylor-Joy, obtido também o prémio de melhor atriz.

A realizadora Chloe Zhao, nascida na China, tornou-se na primeira mulher de origem asiática a obter um Globo de Ouro, pela realização do filme “Nomadland – Sobreviver na América”, que obteve igualmente o prémio para melhor filme de drama.

Zhao é além disso a primeira mulher a conquistar o prémio desde Barbra Streisand, com “Yentl”, em 1984, numa categoria em que apenas estas duas mulheres receberam aquela distinção.

O filme “Mank”, de David Fincher, que liderava as nomeações na área do cinema, foi o grande perdedor da noite, não tendo conquistado qualquer prémio.

“Mank” estava indicado em seis categorias, incluindo as de Melhor Drama, Realização, Argumento (para Jack Fincher, pai do realizador), e Ator em Drama, para Gary Oldman.

O filme “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin, também exibido pela Netflix, obteve o Globo de Ouro na categoria de melhor argumento.

Sasha Baron Cohen, que estava nomeado na categoria de melhor ator dramático pela participação no filme de Sorkin, acabaria por vencer o prémio como ator de comédia ou musical, por “Borat 2”.

O prémio de melhor atriz num filme dramático foi para a cantora Andra Day, por “The United States vs Billie Holiday”, com a britânica Rosamund Pike a vencer na categoria de comédia ou musical por “I Care a Lot”.

Jodie Foster obteve o prémio na categoria de melhor atriz secundária, pelo papel no filme “The Mauritanian”.

Daniel Kaluuya conquistou o Globo de Ouro para melhor ator secundário pelo filme “Judas and the Black Messiah”.

O Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro foi para “Minari”, de Lee Isaac Chung, batendo “Another round”, de Thomas Vinterberg, “Uma vida à sua frente”, de Edoardo Ponti, protagonizado por Sophia Loren, “La llorona”, de Michael Chaves, e “Deux”, de Filippo Meneghetti.

Noite virtual e de críticas à falta de diversidade

A 78ª edição anual dos Globos de Ouro ficou marcada pelas críticas à falta de diversidade nas nomeações.

A cerimónia realizou-se dias depois de uma investigação do jornal Los Angeles Times ter questionado a relevância e a credibilidade da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla inglesa) na indústria cinematográfica nos Estados Unidos.

O jornal traçou uma imagem de atuação duvidosa, protecionista dos seus membros e desligada da realidade, revelando que há membros da associação a receber remunerações avultadas, cuja proveniência não é transparente, e nem todos são efetivamente jornalistas.

As apresentadoras de cerimónia não ignoraram a controvérsia. "Há muito lixo vistoso que é nomeado", disse a comediante Amy Poehler, que voltou a fazer dupla com Tina Fey na apresentação da cerimónia.

"Toda a gente está compreensivelmente chateada com a HFPA e as suas escolhas", afirmou Poehler, referindo-se às críticas dirigidas à Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, responsável pelos Globos de Ouro, por ter ignorado obras relevantes do último ano escritas, realizadas ou protagonizadas por afro-americanos.

"Todos sabemos que as cerimónias de prémios são estúpidas", acrescentou Tina Fey. "A questão é que, mesmo com coisas estúpidas, a inclusão é importante e não há negros entre os membros da Associação da Crítica Estrangeira em Hollywood", afirmou, instando a organização a fazer mudanças.

Entre as críticas feitas à HFPA, está a ausência de nomeações para as séries da HBO "I may destroy you" e "Insecure" e para o filme de Spike Lee "Da 5 Bloods".

Outros filmes considerados potenciais candidatos aos Óscares, como "Ma Rainey: A mãe do blues", de George C. Wolfe, "One Night in Miami" e "Judas and the Black Messiah", ficaram ausentes das categorias mais apetecíveis, como Melhor Filme.

Os maiores prémios da noite foram para "Nomadland - Sobreviver na América", com a realizadora Chloé Zhao a tornar-se na primeira mulher de origem asiática a obter o Globo de Ouro para Melhor Realização, num filme que também foi considerado o Melhor Drama.

"Borat 2" levou a estatueta de Melhor Filme na categoria de Comédia ou Musical e Sacha Baron Cohen venceu o Globo de Ouro para Melhor Ator em comédia ou musical.

Ainda assim, houve alguns vencedores afro-americanos no evento: Andra Day, Melhor Atriz em Drama por "The United States vs. Billie Holiday", Daniel Kaluuya, Melhor Ator Secundário em filme por "Judas and the Black Messiah", John Boyega, Melhor Ator Secundário em televisão por "Small Axe", e Chadwick Boseman, falecido em 2020, que obteve um prémio a título póstumo como Melhor Ator em Drama pelo filme "Ma Rainey: A mãe do blues".

A apologia da diversidade foi ampliada por Jane Fonda, que recebeu o prémio de carreira Cecil B. DeMille.

"Há uma história que temos tido medo de ver e ouvir sobre nós nesta indústria. Uma história sobre quais as vozes que respeitamos e elevamos e quais as que desligamos", afirmou a atriz.

"Vamos todos fazer um esforço para expandir a `tenda`, para que toda a gente seja elevada e as suas histórias tenham oportunidade de serem vistas e ouvidas", apelou, afirmando que a arte não só caminha a par da História como também a tem liderado.

O discurso de Fonda foi um dos poucos com mensagens políticas, num evento em que os vencedores se concentraram nos sorrisos, lágrimas e agradecimentos profusos.


por Lusa e Renascença | 1 de março de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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