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José estreia álbum "Primeiro Disco"

Da cave onde soam as primeiras composições aos concertos febris dos festivais mais famosos de França, o percurso de José R. Fontão, ligado inevitavelmente ao do «Stuck in the Sound», podia ser a trama habitual dessas narrativas de sucesso, inerentes à História do rock.


Uma voz e uma silhueta, indissociáveis, que conseguiram impor-se na cena indie-rock francesa. Ponto.

Seria no entanto errado - para não dizer imprudente! - querer contar a história do José somente através do prisma do seu próprio grupo. Limitá-lo a esse papel  seria uma narrativa superficial, incompleta e sobretudo incorreta. Para já, porque o artista nunca se limitou a um projeto único. Testemunham as criações paralelas como o duo «You» criado com o amigo Romuald ou ainda «SARH» com DJ PONE, assim como muitos featuring presentes ao longo da sua carreira (a começar pelos realizados com «I Am un Chien!! » o grupo do irmão David).

Mas a história não acaba aqui. Ou melhor, não começa aqui. O José tem outras histórias a contar, histórias interiores, mais íntimas, mais longínquas, que ultrapassam as fronteiras dos grupos e impõem fazer uma pausa. Histórias que, em resumo, não podem ser o fruto dum trabalho coletivo mas o de uma introspecção.

É assim que depois de 18 anos de carreira - idade simbólica dirão alguns - o José toma a decisão forte de se lançar a solo, pela primeira vez (sem por isso voltar as costas ao « Stuck in the Sound » que lhe reserva ainda belas aventuras). Com uma total liberdade de composição, saindo dos códigos bem rodados dos grupos que criou, o José permite-se abordar novos temas e mostrar aspetos mais pessoais. O cantor com o capuz revela-se pela primeira vez. Descobrimos um rosto, uma pessoa. Mas quem é o José?

José, é para começar um nome, que se assume quer se goste ou não. Um nome amado e detestado. Um tempo rejeitado, maltratado pelas conotações fáceis e as troças infantis, mas hoje assumido plenamente, recuperado e mesmo reivindicado. Porque é com este nome, o primeiro a identificar, que o artista naturalmente se apresenta. Uma decisão que concretiza a vontade de se mostrar da maneira mais íntima possível, mas também de homenagear as suas raízes.

Sim, porque neste projeto o José abre-se com uma generosidade rara, sobrevoando esses momentos fugazes que cobrem as recordações. Descobrimos assim a sensibilidade profunda de um homem que soube captar a essência desses instantes, que pensávamos esquecidos, perdidos num canto da cabeça, mas que perduram secretamente. Convidados privilegiados desta viagem tão pessoal, descobrimos um universo acolhedor, carregado de memória, de rostos, de silhuetas e de pensamentos, agora imortalizados.

Misturando habilmente estilos ecléticos, duma pop portuguesa radiosa a canções electrónicas ultramodernas, ao serviço duma narração quase biográfica, este primeiro  disco revela todas as nuances dum artista que nunca quis ficar confinado num género musical, numa origem ou numa trajetória. Um Artista que hoje se apropria a sua identidade, uma identidade complexa transportando os traços do caminho pessoal percorrido, uma identidade que se define no final por uma palavra. Um nome. José.

PRIMEIRO DISCO - LANÇAMENTO NO 25 DE JUNHO DE 2021
Com um título evocativo, Primeiro Disco aprecia-se como uma viagem inaugural ao encontro das diferentes influências, biografias, culturais e musicais, de José.

Berço familiar do artista, Portugal impregna com a sua presença este primeiro disco através da escolha linguística evidente e do esboço, ao longo das canções, dum panorama colorido.

Esta excursão tão pessoal que José nos oferece envolve o disco de uma atmosfera intimista. Particularmente perceptível nas músicas acústicas, sente-se primeiro no despertar suave de Fugir, cujos harpejos despojados são a base duma voz esmaecida.

O mesmo tema, dum exílio inevitável,  que encontramos na canção folk O Berço da Terra.

Em Primavera, a guitarra é acompanhada por coros amplos, que dão um tom quase sagrado a esta canção tão pessoal, cuja intensidade testemunha da marca do fado.

E se a língua portuguesa se associa com naturalidade aos humores melancólicos que banham este disco, pode também tornar-se maleável e ser o receptáculo duma pop dançante et radiosa. José, José, José, uma deambulação onírica onde o artista parte à procura da sua identidade, torna-se um hino cativante que se canta em voz alta.

Uma energia que já tinha começado nos refrãos luminosos, apesar de tingidos de nostalgia, da canção Dada. Estes arrebates pop encontram o seu máximo no canto exaltado de Paraíso e o seu brilho cristalino.

Várias vezes, o português cede a vez ao inglês, como nos arrebates groove de Intentions, onde aparece uma voz feminina cúmplice. Uma escolha que abre a porta a novas pistas e tempera os sons quentes do disco. Sobre os sons de piano de Easy, a voz torna-se sofisticada e mistura as duas línguas num canto lamentoso de humor febril. Uma emoção também realçada na balada Avalanche.

A poesia vocal que domina o disco é alternada por interlúdios instrumentais com tonalidades electro. A fuga sinfónica Magic Escape, percorrida por sons sintéticos e vozes entrecortadas, dá uma primeira abordagem e abre assim a via a instrumentos de tendências clubbing como a progressiva Beyond Doubt ou Facif ornada de pulsações house. É com o único título em francês que o disco acaba. Uma música eléctrica e sensual que vai encontrar o seu lugar numa playlist noturna.

Primeiro Disco
está orquestrado brilhantemente. Harmonizadas, as canções criam uma identidade musical rica e vêm assim sublimar uma paleta de emoções, tão intensas como variadas. E sem nunca abandonar uma estranha mas típica melancolia, a «saudade», o resultado é um primeiro disco solar, dançante e estival.

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