"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Inventariação do Património do Teatro de São Carlos

Já temos obviamente aqui feito numerosas referências ao Teatro de São Carlos, na sua historiografia como grande e referencial sala de espetáculos, mas agora na eventual inventariação do seu vasto património histórico e designadamente no projeto de inventariação desse património, a ser levantado e estudado pela Universidade Nova de Lisboa-UNL, segundo notícia divulgada na imprensa.

 

Não vamos aqui e agora desenvolver muito as referências ao projeto em si, mas importa de facto salientar que qualquer estudo e levantamento do historial do TNSC e do que resta desse historial/documental merece obviamente todos os projetos que completem o vasto arquivo historicista desse teatro, que em si mesmo representa e em larga margem documenta a evolução histórica da cultura portuguesa: e isto, muito para lá dos referenciais de arquitetura, de espetáculo ou até de urbanização…

Pois não será demais referir que o TNSC foi inaugurado em 1793, num modelo diretamente inspirado (até no nome…) no São Carlos de Nápoles que ardeu em 1816. E já aqui também referirmos que o projeto inicial se deve ao arquiteto Costa e Silva, que se inspirou no São Carlos de Nápoles e projetou ainda o São João do Rio de Janeiro: ambos destruídos por sucessivos incêndios. 

E também já temos feito referências a alterações históricas do Teatro em si. Desde logo o Salão Nobre em 1796, as pinturas do teto da entrada suprimidas, as obras em 1886 para os festejos do casamento de Dona Amélia e D. Carlos, o aquecimento da sala e as obras de restauro de 1936-40, completadas com as comemorações dos 150 anos da fundação em 1943.

Vale pois a pena fazer aqui e agora uma evocação dessas obras de restauro iniciadas em 1936 por iniciativa de Duarte Pacheco e que tiveram certo apogeu a partir de 1943, nas comemorações já acima referidas.

Pois, como já tivemos ocasião de escrever, nesse ano de comemoração dos 150 anos da fundação do teatro, tentou-se uma recuperação da música e da ópera portuguesa, a partir da primeira audição então moderna de “O Amor Industrioso” de Sousa Carvalho, numa revisão do compositor Ivo Cruz (meu pai) seguindo-se obras de Rui Coelho, Jorge Croner de Vasconcelos, Frederico de Freitas, Artur Santos, grandes nomes de compositores da época e de hoje.

 E já agora, faz-se uma breve, mas introdutória, referência ao velho Coliseu dos Recreios de Lisboa, que foi inaugurado em 14 de agosto de 1890 com um espetáculo de ópera, o “Boccacio” de Soupé. Com lotação de algo como 5 mil espetadores, é projeto de dois engenheiros franceses, Goular e Bauer, e do cenógrafo português Eduardo Machado.  Tal como já noutro lado escrevemos, o Coliseu é o sucessor direto de diversas companhias alojadas em espaços mais ou menos definitivos, como o Circo Price e o chamado Coliseu da Rua da Palma.

A Câmara Municipal de Lisboa apoiou, em 1992, a remodelação do Coliseu. A ele voltaremos.

 

DUARTE IVO CRUZ

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