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No regresso após a pandemia, o Festival Mimo mudou-se para o Porto (e traz uma edição "para todos")

Foto de Gonçalo Dias


Transplantado de Amarante, o festival de músicas do mundo assentará de 23 a 25 de setembro no centro histórico do Porto. Promete uma aposta ímpar na acessibilidade um cartaz que conta com nomes como Emicida, Asa e Branko. A entrada é gratuita.

Depois dos dois anos que puseram a cultura em pausa, o Mimo é a mais recente confirmação na vaga de regressos dos festivais do Verão português. Na volta, contudo, mudou de casa. Se entre 2016 e 2019, ao longo de quatro edições, Amarante foi a sede deste festival vindo do Brasil, o Mimo vai agora desabrochar no coração histórico da cidade do Porto.

De 23 a 25 de setembro, o festival de músicas do mundo vai distribuir-se por locais como o Largo Amor de Perdição, onde terá o seu palco principal, o Jardim da Cordoaria, a Reitoria da Universidade do Porto, o Museu da História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, e o Jardim das Virtudes, entre outros pontos da cidade. A entrada será gratuita e haverá música a chegar de todo o lado, em termos geográficos e culturais.

Do Brasil, país onde há 18 anos nasceu o Mimo, chegará o hip-hop de Emicida e as canções do jornalista, compositor e intérprete Chico César. A “jogar em casa” estarão Branko, Pedro Burmester & Quarteto de Cordas de Matosinhos, o guitarrista Manuel de Oliveira e a colaboração sempre imprevisível de Maria João e Mário Laginha. A encerrar a exposição Mulheres que fazem barulho – Cenas do Rock Português I, o palco do Mimo vai receber ainda uma enchente de rock no feminino, num concerto que contará com a presença de Ana Deus, Lena d’Água, Carolina Brandão e Mitó Mendes, entre outras.

Embora encontre morada no Brasil e em Portugal, o festival estende-se a outros pontos do globo, e o seu cartaz é espelho perfeito disso. A compositora franco-nigeriana Asa, o multi-instrumentista congolês Ray Lama, o DJ inglês Don Letts, a dupla dUoUd – metade tunisina, metade argelina – e a pianista clássica ucraniana Valentina Lisitsa são alguns exemplos que afastam quaisquer dúvidas: o Mimo 2022 será um festival com um mundo inteiro lá dentro.

Na conferência de imprensa que serviu para anunciar a nova sede portuguesa do festival, a cultura soundsystem foi também apontada como um dos destaques maiores da edição 2022, que contará com a presença de vários coletivos do género. A emblemática chuva de poesia também voltará a ter lugar, desta vez na Livraria Lello.

E como toda a expressão cultural tem o seu quê de interventivo, o Mimo guardou um espaço na sua programação dedicado à Amazónia. A Casa Comum Amazónia vai contar com palestras, performances de artistas oriundos da grande floresta sul-americana e exposições de artes visuais que prometem motivar a reflexão sobre a Terra enquanto casa de todos os seres vivos e a responsabilidade das sociedades ocidentais nos problemas ambientais que assolam o planeta.

Para lá da arte e da música, a edição de 2022 do Mimo prima pelo esforço em tornar este um festival para todos, ainda que esteja no centro de uma cidade cosmopolita. Para tal, a entrada para o festival será gratuita e haverá uma atenção especial à eliminação de barreiras, com áreas reservadas a pessoas com mobilidade reduzida, um totem com programação em braille, intérpretes de língua gestual e guias. No que toca à alimentação, a organização garante oferecer opções para satisfazer os diferentes tipos de dietas.

Numa conferência de imprensa no jardim da Casa do Roseiral, Lu Araújo, diretora do Mimo, considerou a chegada do festival ao Porto, no ano em que atinge a maioridade, o concretizar de um sonho. “Muita honra, muito orgulho de chegar a esta cidade”, exclamou, confessando que este era o destino que idealizava quando começou a cogitar a chegada do Mimo a Portugal.

A organizadora conta que, nas primeiras conversações com o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o objetivo era fazer uma edição de warm-up. No entanto, disse, teve de fazer algo maior. “O Porto pede”, justificou.

Presente na conferência de imprensa, Rui Moreira saudou o festival que chamou de “melting pot de músicos e de géneros” e congratulou o “forte ativismo cultural” do Mimo. Sem dúvidas no tom de voz, considerou o Mimo o maior evento de músicas do mundo que a cidade já recebeu.   

Lu Araújo, ao seu lado subiu a fasquia: “O melhor vocês vão ver pessoalmente.” De 23 a 25 de setembro, tirar-se-ão as dúvidas.


por Fernando Costa in Público | 18 de julho de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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