"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património

Arqueólogos de Coimbra fazem novas descobertas no Curdistão iraquiano

Uma equipa de investigadores liderada por cientistas da Universidade de Coimbra voltou a fazer novas descobertas no Curdistão iraquiano, num local que tem sido escavado desde 2013, anunciou aquela instituição do ensino superior.

Foto de equipa no sítio arqueológico de Kani Shaie, com investigadores e trabalhadores curdos © DR

A equipa liderada por investigadores do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) voltou a fazer novas descobertas no sítio arqueológico de Kani Shaie, um lugar do Curdistão iraquiano habitado em momentos-chave da história da Humanidade, afirmou a Universidade de Coimbra (UC).

Na mais recente campanha, realizada entre 23 de agosto e 19 de setembro, a equipa destacou a descoberta de “uma conta de lápis-lazuli [rocha de cor azul], com origem no atual Afeganistão, testemunho de contactos de longa distância”.

Em Kani Shaie, os arqueólogos encontraram também impressões de selos que contam a história de uma comunidade com complexos sistemas administrativos e de organização económica.

Aquele lugar “destaca-se por ser, até ao momento, o sítio arqueológico do Curdistão onde mais impressões de selos – 84 no total – foram encontradas”, referiu a equipa, coliderada pela docente da Faculdade de Letras da UC Maria da Conceição Lopes, pelo investigador do CEAACP André Tomé e pelo investigador da Universidade de Cambridge Steve Renette.

A última campanha, feita em parceria com as autoridades curdas, centrou-se nos níveis arqueológicos do início da Idade do Bronze, tempo de reestruturação das comunidades, já urbanas, em grandes áreas do Próximo Oriente, explicaram Maria da Conceição Lopes e André Tomé.

“Kani Shaie, situado entre as montanhas e a planície da Mesopotâmia, já foi escavada em cinco campanhas desde 2013, revelando ocupações desde o sexto até ao final do terceiro milénio, e reocupação posterior no primeiro milénio da nossa era, e de forma continuada até ao período Sassânida (século III antes de Cristo ao século VII depois de Cristo) e, espaçadamente, durante o longo período islâmico”, explicaram.

Durante as últimas escavações, os investigadores conseguiram também perceber a existência de um grande edifício de entre o século III antes de Cristo e o século III depois de Cristo, “que impressiona pela sua dimensão e pelos materiais escolhidos”.

Esta campanha juntou um grupo de 17 investigadores de várias nacionalidades, contando com a colaboração de universidades e arqueólogos curdos, incluindo estudantes que tiveram acesso a um programa formativo, referiu a UC.

O CEAACP irá partilhar as descobertas feitas nesta última campanha ao longo dos próximos meses.


Fonte: LUSA | 22 de setembro de 2023

Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

"Nora Helmer" no Teatro Aberto

Em parceria com o TEATRO ABERTO oferecemos 10 convites duplos para a sessão de dia 9 de maio (sexta-feira), às 21h30. Findo o passatempo, anunciamos aqui os nomes dos vencedores!

Visitas
106,990,353