"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Nova compilação das crónicas de um reacionário minhoto

Sousa Homem traz-nos mais opiniões e histórias de uma vida em Moledo.

Depois de O Crepúsculo em Moledo, António Sousa Homem regressa com uma nova compilação de crónicas. Em Uma Vida Fora de Moda este autor já centenário apresenta-nos histórias vividas por si, pela sua família e por aqueles que o visitam no seu eremitério minhoto, refletindo sobre os grandes temas que têm agitado Portugal e o mundo, nos costumes e na política, na arte ou na literatura, sem nunca perder de vista os pequenos aspetos mais mundanos que lhe animam os dias, como as iguarias preparadas pela sua fiel governanta ou a aguardente de Monção.

Com uma escrita marcada pelo seu humor fino, profunda cultura e visão conservadora, Sousa Homem transporta-nos para a sua vida quotidiana e por vezes solitária em Moledo, feita de testemunhos sobre o presente e também por relatos do passado que nos dão a conhecer outros elementos da família Homem.

Nestes textos que foram publicados semanalmente no Correio da Manhã, encontramos uma reflexão iluminada e profundamente original sobre os temas mais marcantes dos últimos anos, nomeadamente os tempos de pandemia e o seu efeito na sociedade. Uma Vida Fora de Moda chega às livrarias a 10 de julho de 2025, publicado pela Porto Editora.

SOBRE O LIVRO

Uma Vida Fora de Moda
Não ficar velho, não ficar doente, não ficar pobre – creio não ter cumprido nenhum dos conselhos. Fui velho demasiado cedo, quando podia ter aproveitado a saúde de que então gozava para atravessar o mundo e regressar incólume, tendo vivido aventuras. Adoeci de maleitas vulgares e, de acordo com a tradição familiar, pouco aristocratas – coisa de fidalgo, sim, mas rural, de botas e chapéu de aba minhota, com uma certa inclinação por mistérios pastoris, ervas nos muros, passaritos nas arribas, mimosas nas estradas de Vieira do Minho ou Melgaço. Um certo temperamento hipocondríaco fez de mim um amigo dedicado dos médicos. Só não fiquei pobre porque os hábitos dos Homem são anteriores à Regeneração ou aos liberais da Foz, bem como à Democracia, resultando de pequenos-almoços de torradas e café de cevada, de uma despensa precavida, e de um ascetismo sem rigor mas com certo gosto pela ordem natural das coisas: os casacos de tweed, as camisolas de lã, as gravatas da Camisaria Gomes, o arroz de pato da Tia Henriqueta, um carro usado durante muitos anos, um guarda-chuva antigo, uma gabardina que foi ao Brasil e voltou, livros velhos, sobremesas simples, uma caneta de tinta permanente, a caixa dos lápis, a cozinha quase sem sal de Dona Elaine, a dedicada governanta deste eremitério de Moledo – enfim, uma vida fora de moda. Isto não faz uma biografia, certamente, nem um modo de vida, mas é um resumo.

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Título: Uma Vida Fora de Moda
Autor: António Sousa Homem
Páginas: 384
PVP: 19,99€

SOBRE O AUTOR

António Sousa Homem nasceu no Porto e vive actualmente em Moledo, no Minho. Foi advogado de profissão, é autor de um livro de botânica e de um roteiro das paisagens do Minho Litoral, ainda inéditos. Em 2002, publicou o seu primeiro livro, Os Ricos Andam Tolos, que reunia algumas das crónicas que escreveu para o semanário O Independente. Até 2008, escreveu para a revista NS (do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias) e desde então assina ininterruptamente a sua crónica semanal no Correio da Manhã – ao domingo. Em 2008, publicou Os Males da Existência; em 2011, Um Promontório em Moledo (com prefácio de Maria Filomena Mónica); em 2013, Páginas de Melancolia e Contentamento (prefaciado por Pedro Mexia); e, em 2019, O Crepúsculo em Moledo (com prefácio de João Pereira Coutinho) todos com o subtítulo Crónicas de um reaccionário minhoto.
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