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O tempo que o vento tem

A queda de uma árvore – «tão grande, tão antiga» – derrubada pelo vento é o ponto de partida para o mais recente livro de Jacinto Lucas Pires, Vento nos Olhos, que será publicado pela Porto Editora.

Xavier, o protagonista, é um artista plástico de Ribeira Lima que se lança numa tentativa quase obsessiva de compreender o vento. Ao longo do seu percurso, que entrelaça memórias e perplexidades, vamos conhecendo não apenas as personagens com quem se cruza e os seus dilemas, mas também os lugares que o marcam, os filmes que recorda, a música que o moldou. E, num passe de grande mestria narrativa, o leitor encontra ainda um heterónimo decidido a tomar conta do romance, desordenando-o e tomando como suas palavras alheias, provocando um delicioso caos nesta nova obra de um autor com provas dadas na literatura portuguesa contemporânea.

Vento nos Olhos é mais do que uma história: é um exercício narrativo de enorme fôlego e criatividade, no qual cada palavra encontra o lugar certo, ainda que a inveja de um heterónimo procure deitar tudo a perder…

SOBRE O LIVRO
Vento nos Olhos
O vento deita abaixo uma árvore na Ribeira Lima e isso faz começar uma história. Xavier é um artista plástico que se põe a investigar o vento. Conhece Lydia, uma historiadora de arte interessada em escultura, e a sua vida complica-se alegremente. Maria, a ex-mulher de Xavier, é uma atriz em busca de si própria. E a filha dos dois, Luz, quer nada mais nada menos do que resolver o mundo.

Neste tempo da pós-verdade, qual o lugar da criação artística? Num mundo cada vez mais literal, ainda há espaço para o espírito?

Mas o romance também traz o seu contrarromance. Dimas, um heterónimo do autor, entra na história à procura do famigerado sucesso. Invejoso, busca formas de sugar o ortónimo e acaba a sabotar o livro: liberta as personagens secundárias, apodera-se de referências alheias, rouba páginas para se safar, baralha os registos da narração. Noutro plano, esta história de histórias — que vai da Ribeira Lima a Berlim, do Porto a Madrid, de Bruxelas a Heidelberg, de Lisboa a Lublin — constitui uma pergunta europeia, num tempo de divisões e guerra. Este é um romance sobre o tempo, em diferentes sentidos. Aqui há morte e nascimento, aprendizagem e mistério, e restaurantes, autoestradas, desenhos animados, música, citações, recortes de realidade, política.

Ver primeiras páginas  

Título: Vento nos Olhos
Autor: Jacinto Lucas Pires
Páginas: 292
PVP: 18,85€

SOBRE O AUTOR

Jacinto Lucas Pires escreve romances, contos, peças de teatro, filmes, música. O seu último romance – Oração a que faltam joelhos – ganhou o Prémio John Dos Passos 2021. O verdadeiro ator venceu o Grande Prémio de Literatura DST 2013, tendo sido publicado nos EUA (tradução de Jaime Braz e Dean Thomas Ellis) e na Letónia (tradução de Edvins Raups). Faz diferença , em coautoria com a ilustradora Alice Piaggio, integrou o prestigiado catálogo internacional de recomendações de livros infantojuvenis The White Ravens 2023 . Também nesse ano, Jacinto Lucas Pires ganhou o Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães pela tradução de Cristo parou em Eboli , de Carlo Levi. No teatro, trabalha com diferentes grupos e encenadores. É autor da personagem musical Jacinto Manupela. 
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