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Pedreiras de Porto de Mós recebem edição mais internacional do festival Stone Art
Novas pinturas, esculturas e ‘graffitis’ vão nascer em pedreiras do concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, onde 23 artistas de cinco nacionalidades trabalham de 22 a 31 de agosto.

“É a edição em que vamos receber um maior grupo de artistas internacionais”, explicou à agência Lusa Marco Almeida, que assina 2CarryOn como pseudónimo artístico e que assume a curadoria do festival.
Além dos portugueses, vão participar escultores da Argentina, Arábia Saudita e Itália e um muralista de Espanha.
No total, 23 artistas vão criar na pedreira sete murais, cinco esculturas e uma pintura coletiva de ‘graffiti’, a cargo de 11 ‘writers’.
No final desta terceira edição de Stone Art, subirá para meia centena o número de peças de arte pública no Codaçal. “Vamos cada vez mais ocupar a área, criando um parque cada vez maior”.
O núcleo de exploração é composto por 13 pedreiras em laboração e a intenção do festival é “subir cada vez mais a serra, no sentido de ocupar o máximo de extensão” daquela área extrativa.
Artisticamente, o festival mantém o alinhamento das duas primeiras edições: “Continuamos a manter o cruzamento de diferentes espetros artísticos, nomeadamente a pintura e a escultura. As anteriores edições correram tão bem que acabámos por manter o mesmo formato”, salientou Marco Almeida.
Nascido da intenção de “integrar a arte pública na paisagem rural” e de “celebrar a identidade da região marcada pela extração da pedra e pela riqueza do seu património natural”, Stone Art assume-se como “um circuito de arte pública em expansão, onde a criação artística serve a paisagem e o lugar”.
O público é convidado a acompanhar o trabalho dos artistas a partir de 23 de agosto, estando prevista uma visita guiada no dia 31, para revelar e contextualizar todas as obras realizadas.
Este ano vão pintar murais os artistas Hatory Pabllo, Dish, Mafalda MG, Sea162, Fesa, Mojojojo e Jack Lack. As esculturas estão a cargo de Thierry Ferreira, Alfredo Pecile, Pablo Garelli, Kanu e Talal Altukhaes, enquanto o ‘graffiti’ terá assinatura de Crack, Hione, ISMO, Restless, Klit, Johnny Double C, Le Funky, Molin, Send, Trauma21 e Trip.
Em destaque este ano estarão duas novas pinturas de grande dimensão, com “30 a 40 metros de comprimento por 10-12 metros de altura”. E, entre os convidados, Marco Almeida salienta a presença em Porto de Mós do espanhol Sea162. “Ele faz a maior parte das suas intervenções em pedreiras. A especificidade do trabalho dele é que cria as suas próprias tintas com materiais orgânicos recolhidos nas áreas onde pinta. Com base na cor das lamas, das pedras, consegue extrair os seus pigmentos e produzir as suas tintas com as tonalidades da região onde vai trabalhar”, explicou o curador.
A par disso, Sea162 realiza as intervenções em suspensão, num “cruzamento entre a escalada e a pintura”. “É um artista muito singular. E a nossa forma de pensar este projeto, relativamente às questões de sustentabilidade do Parque [Natural], ele também as tem no seu trabalho. Para nós faz todo o sentido recebê-lo”, concluiu o curador.
Fonte: LUSA | 12 de agosto de 2025