Notícias
"Julieta e Romeu" em estreia no Teatro da Trindade
A peça “Julieta e Romeu”, um texto de Ricardo Correia vencedor da 7.ª edição do Prémio Miguel Rovisco, com encenação de Flávio Gil, estreia-se na quinta-feira, dia 11, na sala Estúdio do Teatro da Trindade, em Lisboa.

Inês Pires Tavares e Ivo Arroja protagonizam Julieta e Romeu, respetivamente, nesta “história dos tempos modernos”, inspirada no clássico “Romeu e Julieta", de Shakespeare, segundo texto de apresentação do Teatro da Trindade/Inatel.
Os dois jovens apaixonam-se num grupo de teatro: Julieta, “filha de um político xenófobo”, e Romeu, “filho de migrantes”.
À medida que ensaiam a peça de Shakespeare, os limites entre ficção e realidade vão enfraquecendo, com as vidas de ambos a “entrelaçarem-se com a tragédia que interpretam”, segundo a sinopse da peça.
Nesta “reescrita contemporânea” do autor de "Rei Lear", “cada cena é uma tentativa, um desvio possível ao destino inevitável, testando a resistência do amor às suas escolhas, ao acaso e ao passado que cada um carrega”.
“Não interessa sabermos que no final Romeu e Julieta morrem, o que interessa é saber como morrem desta vez”, conclui a sinopse da obra.
“Julieta & Romeu – uma peça para um par de desditos amantes”, de Ricardo Correia, foi o texto vencedor da 7.ª edição do Prémio Miguel Rovisco – Novos Textos Teatrais.
Nascido em Barcelos, em 1977, Ricardo Correia é formado em Teatro, com doutoramento em Estudos Artísticos, pela Universidade de Coimbra, com o projeto “Política, Resistência e Prática Dramatúrgica na Contemporaneidade – Um Estudo de Caso”. Leciona Teatro e Educação, no Instituto Politécnico de Coimbra, e foi assistente convidado de Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra.
De acordo com a página de agenciamento do ator e dramaturgo, Ricardo Correia trabalhou com realizadores como Bruno Gascon (“Pátria”, 2023), Luísa Pinto e Carlos Coelho Costa (“Filho Pródigo”, 2019), Patrícia Sequeira (“Snu”, 2018), Henrique Oliveira ("Cuba Livre"), João Cayatte ("Vento Norte"). Participou ainda em produções como "Braga", "Amar de Mais", "Terra Brava", "A Prisioneira", de diferentes canais de televisão.
Estreou-se profissionalmente como ator em 2001, no Teatro Nacional de S. João, no Porto, depois de já ter feito parte do Teatro Universitário do Minho. Desde então, trabalhou com vários encenadores em “mais de 40 espetáculos de teatro”.
Em 2008, fundou em Coimbra a Casa da Esquina – Associação Cultural, para o desenvolvimento de criação transdisciplinar, investindo numa dramaturgia original, de mediação entre o real e a ficção, do arquivo como prática, implicando o documental, o autobiográfico, a pós-memória e o questionamento do território, em criações que já apresentou em palcos nacionais e da Alemanha, Brasil, Espanha e Reino Unido.
"Cartas de Guerra 61-74", "Crise de 69 – O Ano em que Sonhámos Perigosamente", "O Museu da Consciência", "Das Tripas Coração" e "Eu Uso Termotebe e o Meu Pai Também" estão entre algumas das suas criações.
Mestre em Teatro, especializado em Encenação, pela Escola Superior de Teatro e Cinema, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na London International School of Performing Arts, em 2013. É investigador do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.
Ricardo Correia é autor de “cerca de uma dezena de textos para teatro”, com peças editadas pela Imprensa da Universidade de Coimbra, pelo Teatro Nacional D. Maria II & Bicho do Mato ("Call Center"), pelos Livrinhos de Teatro dos Artistas Unidos ("Eu Uso Termotebe e o Meu Pai Também") e nas Edições Húmus ("Cartas da Guerra 61-74 - Aerograma Liberdade").
"O Meu País É o Que o Mar não Quer e Outros Peças", coletânea dos seus textos teatrais de 2014 a 2017, foi publicada pela Imprensa da Universidade de Coimbra.
A nível internacional, tem obras editadas pela Universidade Autónoma Nuevo León, do México, e Les Presses Universitaires du Midi, em França.
O Prémio Miguel Rovisco – Novos Textos Teatrais é atribuído anualmente pelo Teatro da Trindade e destina-se a incentivar a escrita de obras originais em língua portuguesa, na área do Teatro. Contempla um montante pecuniário de 3.000 euros, a edição do texto em livro, e a produção da peça no Trindade, com espetáculo gravado e emitido pela RTP, numa coprodução entre as duas entidades.
No âmbito do prémio, o texto é também editado na coleção de edições do Teatro da Trindade Inatel. O lançamento realiza-se no dia 11, após a estreia da peça.
Em cena até 26 de outubro, “Julieta e Romeu” tem récitas de quarta-feira a domingo, às 19:00.
A cenografia é de Henrique Pimentel, o desenho de luz de Pedro Gonçalves e a música e sonoplastia de Afonso de Portugal.
Após a sessão de 12 de outubro, haverá uma conversa com o público.