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Destaques

Nobel da Economia atribuído a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt

O prémio Nobel da Economia, o último a ser entregue este ano, foi atribuído esta segunda-feira, 13 de outubro, a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt.

Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt

Segundo explicou o Comité do Nobel, a distinção acontece por "por terem explicado o crescimento económico impulsionado pela inovação". Mais concretamente, Joel Mokyr, 79 anos, identificou os "pré-requisitos para o crescimento sustentado através do progresso tecnológico", ganhando metade do prémio; ao passo que os outros dois laureados, o francês Aghion, de 69 anos, e o canadiano Howitt, de 79 anos, desenvolveram a "teoria do crescimento sustentado através da destruição criativa".

“É um Prémio Nobel, de alguma forma, que era esperado um dia, ou seja, o contributo destes três autores é fundamental em termos quer da chamada economia do desenvolvimento, quer também no papel que a inovação tem para o avanço da economia, quer em países desenvolvidos, quer em vias de desenvolvimento”, disse à Lusa Nuno Cunha Rodrigues, presidente da Autoridade da Concorrência, que gravou uma entrevista online com o Nobel da Economia Philippe Aghion momentos antes do anúncio do prémio. Uma entrevista que será apresentada na Conferência de Lisboa a 23 de outubro, no Centro de Congressos de Lisboa.

“Eu creio que à hora a que foi entrevistado, ele ainda não sabia [do prémio]”, relatou o líder da AdC, considerando que se tratou de uma “coincidência muito singular”.

“Tivemos a ocasião de comentar sobre vários artigos científicos dele e acho que, no momento em que a Europa está a falhar na inovação, está a falhar no desenvolvimento tecnológico, o contributo que ele dá e que na entrevista referiu é decisivo para tentar relançar a União Europeia e a Europa como um continente de progresso e desenvolvimento”, destacou o responsável da AdC.




PRÉMIOS NOBEL 2025 

• PRÉMIO NOBEL DA PAZ
MARÍA CORINA MACHADO

A opositora venezuelana María Corina Machado é a vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2025 "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
María Corina Machado, descendente de portugueses, é a líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro, vivendo escondida desde as eleições presidenciais de julho de 2024. A oposição reclamou a vitória do seu candidato, Edmundo González (a própria María Corina Machado foi impedida de concorrer), mas autoridades venezuelanas controladas pelo regime atribuíram-na a Maduro.
"A nossa querida Maria Corina Machado, vencedora do Prémio Nobel da Paz 2025! Um merecido reconhecimento da longa luta de uma mulher e de todo um povo pela nossa liberdade e democracia. A primeira Nobel da Venezuela! Parabéns María Corina Machado. A Venezuela será livre!", escreveu Edmundo González no X.
O anúncio da galardoada foi feito pelo presidente do Comité Nobel Norueguês, Jørgen Watne Frydnes, em Oslo. Havia 338 candidatos nomeados para o Prémio Nobel da Paz deste ano, dos quais 244 eram indivíduos e 94 organizações.
"O Prémio Nobel da Paz de 2025 é atribuído a uma corajosa e empenhada defensora da paz – a uma mulher que mantém a chama da democracia acesa no meio da crescente escuridão", disse Frydnes, acabando logo ali com as expectativas de que o prémio pudesse ser entregue ao presidente norte-americano, Donald Trump, que não escondia o seu desejo de querer o Nobel da Paz.
Questionado pelos jornalistas sobre a campanha de lóbi de Trump, Frydnes disse mais tarde que o comité recebe milhares de cartas todos os anos e toma a sua decisão numa sala "cheia de coragem e integridade".
"Enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos", indicou o presidente do Comité Nobel, dizendo que ela tem sido "uma figura-chave e unificadora numa oposição política que anteriormente estava profundamente dividida".
Frydnes lembrou que a oposição venezuelana "encontrou um ponto em comum na exigência de eleições livres e de um governo representativo", explicando que "a nossa disposição partilhada para defender os princípios do Governo popular, mesmo discordando" é algo que está "no cerne da democracia".
"Numa altura em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender este ponto em comum", acrescentou.
"A democracia é uma condição prévia para uma paz duradoura. No entanto, vivemos num mundo onde a democracia está em retrocesso, onde cada vez mais regimes autoritários desafiam as normas e recorrem à violência", indicou Frydnes.
"O domínio rígido do regime venezuelano sobre o poder e a sua repressão da população não são únicos no mundo. Observamos as mesmas tendências a nível global: Estado de direito violado por quem o controla, meios de comunicação livres silenciados, críticos presos e sociedades empurradas para o regime autoritário e para a militarização. Em 2024, realizaram-se mais eleições do que nunca, mas cada vez menos eleições são livres e justas", referiu.
"María Corina Machado demonstrou que as ferramentas da democracia são também ferramentas da paz. Personifica a esperança de um futuro diferente, onde os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e as suas vozes sejam ouvidas. Nesse futuro, as pessoas serão finalmente livres para viver em paz", concluiu.
O prémio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas (quase um milhão de euros), será entregue numa cerimónia a 10 de dezembro, não sendo claro se María Corina Machado (que vive escondida na Venezuela) conseguirá estar presente.
"No último ano, María Corina Machado foi obrigada a viver escondida. Apesar das graves ameaças à sua vida, ela permaneceu no país, uma escolha que inspirou milhões. Quando os autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem."
No ano passado, o prémio foi atribuído à Nihon Hidankyo, organização que reúne os sobreviventes das bombas atómicas de Hiroxima e Nagasáqui, pelos seus esforços "para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de depoimentos de testemunhas, que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas”.

• PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA
LÁSZLÓ KRASZNAHORKAI


O romancista húngaro László Krasznahorkai é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2025. O prémio é atribuído ao escritor de 71 anos “pela sua obra marcante e visionária que, no meio do terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, justifica a Academia Sueca.
O autor, nascido a 5 de janeiro de 1954 em Gyula, no sudeste da Hungria, junto à fronteira com a Roménia, escreve em húngaro e publicou o primeiro romance, Sátántangó, em 1985, um livro descrito como "um fenómeno literário na Hungria e o trabalho mais marcante do autor".
“O romance retrata, em termos fortemente sugestivos, um grupo destituído de moradores de uma quinta coletiva abandonada no interior da Hungria, pouco antes da queda do comunismo”, descreve a Academia Sueca.

• PRÉMIO NOBEL DA QUÍMICA

SUSUMU KITAGAWA, RICHARD ROBSON E OMAR M. YAGHI

 

O prémio Nobel da Química foi atribuído a Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi “pelo desenvolvimento de estruturas metal-orgânicas”.
"Criaram construções moleculares com grandes espaços por onde podem fluir gases e outros produtos químicos. Estas construções, estruturas metal-orgânicas, podem ser utilizadas para recolher água do ar do deserto, capturar dióxido de carbono, armazenar gases tóxicos ou catalisar reações químicas", explica o Comité do Nobel. "Através do desenvolvimento de estruturas metal-orgânicas, os laureados proporcionaram aos químicos novas oportunidades para resolver alguns dos desafios que enfrentamos", acrescenta.

• PRÉMIO NOBEL DA FÍSICA
JOHN CLARKE, MICHEL H. DEVORET E JOHN M. MARTINIS

O prémio Nobel da Física foi atribuído a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis “pela descoberta do tunelamento mecânico quântico macroscópico e da quantização de energia num circuito elétrico”.
O comité do Nobel explica que "uma questão importante em física é o tamanho máximo de um sistema capaz de demonstrar efeitos da mecânica quântica" e que os laureados deste ano "realizaram experiências com um circuito elétrico no qual demonstraram tanto o tunelamento quântico como os níveis de energia quantizados num sistema suficientemente grande para ser segurado na mão".
A investigação dos três laureados proporcionou, segundo o comité Nobel, "oportunidades para o desenvolvimento da próxima geração de tecnologia quântica, incluindo a criptografia quântica, os computadores quânticos e os sensores quânticos".
Este é o segundo prémio atribuído este ano, numa sequência que se iniciou na segunda-feira, com a distinção de Mary E. Brunkow (do Instituto de Biologia de Sistemas, Seattle, EUA), Fred Ramsdell (consultor científico na empresa Sonoma Therapeutics, EUA) e Shimon Sakaguchi (da universidade de Osaka, Japão) com o Nobel da Medicina e Fisiologia pelo trabalho desenvolvido relacionado com a tolerância imunológica periférica.

• 
PRÉMIO NOBEL DA MEDICINA
MARY E. BRUNKOW, FRED RAMSDELL E SHIMON SAKAGUCHI

O prémio Nobel da Medicina foi atribuído a Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi “pelas suas descobertas sobre a tolerância imunológica periférica”.
"Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi fizeram descobertas inovadoras sobre a tolerância imunitária periférica, que impede o sistema imunitário de causar danos ao organismo", diz o comité do Nobel. "As suas descobertas lançaram as bases para um novo campo de investigação e estimularam o desenvolvimento de novos tratamentos, por exemplo, para o cancro e doenças autoimunes", realça.
Com este anúncio deu-se início à temporada 2025 dos prémios Nobel, estando também previstos para esta semana a divulgação dos vencedores nas categorias de Física, Química, Literatura e Paz.
O anúncio da última categoria, Economia (Ciências Económicas), só irá acontecer no início da próxima semana, no dia 13.

Fonte: Diário de Notícias

 


 

Os prémios serão entregues dia 10 de dezembro, 
data da morte do fundador do prémio, Alfred Nobel, em 1896.

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Cinema-Teatro Joaquim d'Almeida 26 Nov 2025  |  15h00

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