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Djaimilia Pereira de Almeida vence Prémio Fernando Namora com "Livro da Doença"
O romance “Livro da Doença”, de Djaimilia Pereira de Almeida, venceu a 28.ª edição do Prémio Literário Fernando Namora, com o valor pecuniário de 15 mil euros.
 
                                    Este é um livro que “cativa o leitor, pelo seu alcance humano e pela riqueza da construção ficcional. Colocando a narrativa na primeira pessoa do singular, é na experiência da autora e nas suas memórias que emerge o sintoma autobiográfico do romance”, afirmou o júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins.
“Num estilo rápido, entrecortado, por vezes quase delirante e onírico, Djaimilia Pereira de Almeida dá-nos acesso aos meandros da doença psicológica que justifica comportamentos, atitudes, anseios e tudo quanto a vida recolhe em dramas e cenas estranhas, mas fortes, do quotidiano – como por exemplo o da violência colonial em Angola ou racista em Portugal”, refere ainda o júri.
“Obra violenta, esteticamente bem construída em vários registos narrativos, ‘Livro da Doença’, constitui um momento relevante da memória histórica da literatura em língua portuguesa”, frisa o júri.
Nascida em Luanda, em 1982, a autora luso-angolana é licenciada em Estudos Portugueses, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Teoria da Literatura (2006) e doutorada em Estudos Literários (2012), pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Djaimilia Pereira de Almeida estreou-se literariamente em 2015, com o romance “Esse Cabelo”. A autora recebeu no ano passado, o Grande Prémio do Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, por “Toda a ferida é uma beleza” (2023).
Da sua bibliografia refira-se “Luanda, Lisboa, Paraíso” (2018), “Três Histórias de Esquecimento” (2021), “Ferry” (2022) e “O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo” (2023).
Este ano a autora foi distinguida com o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pela Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra literária.
Além de Guilherme d’Oliveira Martins, fizeram parte do júri José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual, e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.
No ano passado, o vencedor foi o romance “Revolução" de Hugo Gonçalves.
Fonte: LUSA | 30 de outubro de 2025

 
                     
                     
                     
             
                 
             
             
             
             
             
                    
