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Academia Portuguesa de Cinema atribuirá Prémio Bárbara Virgínia 2025 a Inês Carvalho
A diretora de fotografia Inês Carvalho aip, reconhecida como a primeira mulher portuguesa a assinar a fotografia de uma longa-metragem em Portugal, será distinguida com o Prémio Bárbara Virgínia 2025 da Academia Portuguesa de Cinema, em cerimónia agendada para o dia 29 de dezembro de 2025, às 19 horas, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.
Este prémio, instituído em 2015, presta homenagem a mulheres que tenham contribuído de forma notável para o cinema português, perpetuando a memória de Bárbara Virgínia, a primeira mulher a realizar um filme de ficção em Portugal, em 1946.
Inês Carvalho nasceu a 23 de janeiro de 1971, em Lisboa, e desde cedo se interessou pelas artes visuais e pelo cinema, formação que iniciou na Escola Secundária António Arroio.
Ao longo da sua carreira como diretora de fotografia, Inês Carvalho trabalhou em filmes de diferentes géneros, desde curtas-metragens como “Venus Velvet” (2002), de Jorge Cramez e “Naquele Bairro” (2002), de Madalena Miranda, a longas-metragens como “A Mulher que Acreditava ser Presidente dos EUA” (2003), de João Botelho e “O Capacete Dourado” (2005), de Jorge Cramez.
Mantém uma colaboração regular com João Botelho, assinando a direção de fotografia de vários dos seus documentários, entre os quais “Viagem ao Coração do Douro, a Terra Onde Nasci” (2002) e “A Luz da Ria Formosa” (2005). Esta vertente documental tornou-se uma das marcas distintivas do seu percurso, refletida também em trabalhos com outros realizadores, como “Eunice Encena” (2006), de Andreia Barbosa, “Falar Disso” (2007) e “Mãe Fátima” (2009), ambos de Christine Reeh, “Menina Limpa Menina Suja” (2011), de Cristina Ferreira Gomes e “Todas as Cartas de Rimbaud” (2017, co-direção de fotografia), de Edmundo Cordeiro.
A par do documentário, Inês Carvalho participou em séries de televisão como “Manobras de Diversão” (2004), de João Maia, e “Nome de Código Sintra” (2007), de Jorge Paixão da Costa, bem como em videoclipes e projetos experimentais. Nos últimos anos, tem mantido uma colaboração contínua com Jorge Cramez, em filmes como “Até Quando” (2012), “O Rebocador” (2015), “Romagem” (2022) e “Sombras” (2025), consolidando um percurso consistente e reconhecido no cinema português contemporâneo.
Paralelamente à sua prática cinematográfica, Inês Carvalho dedicou-se à formação e à produção, coordenando publicidade, espetáculos e eventos culturais, demonstrando um olhar abrangente sobre o processo criativo e a gestão de projetos artísticos. A sua carreira reflete uma combinação de rigor técnico, sensibilidade estética e compromisso com a promoção da cultura cinematográfica em Portugal.
Recordamos que o Prémio Bárbara Virgínia já foi atribuído a figuras ilustres como Leonor Silveira, Laura Soveral, Teresa Ferreira, Júlia Buisel, Solveig Nordlund, Maria Gonzaga, Regina Pessoa, Carmen Santos e Monique Rutler, celebrando a diversidade e o talento feminino no cinema português.
A distinção atribuída a Inês Carvalho, cuja trajetória se inscreve como um marco pioneiro na história da direção de fotografia em Portugal, celebra um percurso de excelência técnica e sensibilidade artística, afirmando o seu papel determinante no panorama cinematográfico nacional.

