Património
Parques de Sintra restaura coberturas do Palácio de Monserrate
No âmbito da estratégia contínua da Parques de Sintra para a preservação, valorização e manutenção sustentável do património histórico sob a sua gestão, a empresa deu início ao projeto de recuperação das coberturas e da área da Copa dos Frescos do Palácio de Monserrate.
A intervenção vai prolongar-se até ao final do primeiro trimestre de 2027 e representa um investimento de cerca de três milhões de euros.
Os trabalhos em curso visam assegurar a conservação e a estabilidade das coberturas e elementos estruturais associados, bem como a preservação dos paramentos exteriores (e elementos constituintes) e da integridade material da Copa dos Frescos.
A intervenção engloba a reabilitação das estruturas de suporte das coberturas; a substituição de elementos degradados; a limpeza, consolidação e restauro dos revestimentos; e a correção e otimização dos sistemas de drenagem e impermeabilização, de forma a garantir uma resposta adequada às condições climáticas e a prevenir patologias futuras. Os trabalhos contemplam, igualmente, a recuperação dos revestimentos pétreos e decorativos, respeitando os materiais e técnicas construtivas originais, num processo que conjuga rigor técnico, conhecimento científico e sensibilidade patrimonial.
João Sousa Rego, presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, lembra que, “durante a intervenção, que será executada de forma faseada, dada a complexidade e a dimensão dos trabalhos a realizar, o Palácio de Monserrate permanecerá aberto ao público, salvaguardando as devidas condições de segurança. Será montada uma estrutura de andaimes e uma cobertura provisória, para assegurar a proteção do edifício, das equipas de trabalho e dos visitantes, minimizando, também, o impacto visual”.
“Os trabalhos vão, assim, decorrer de acordo com a política ‘Aberto para obras’ da Parques de Sintra”, afirma João Sousa Rego, salientando que, “a medida, de cariz pedagógico, permite o diálogo entre os visitantes e os técnicos envolvidos, estimulando um maior conhecimento sobre a complexidade do trabalho de conservação do património e o investimento humano e financeiro que requer”.
Palácio de Monserrate - um ícone do romantismo em Portugal
O Palácio de Monserrate constitui uma das mais expressivas manifestações do espírito romântico europeu em território português. Mandado construir na segunda metade do século XIX por Sir Francis Cook, Visconde de Monserrate, sobre as ruínas de um palácio neogótico, o edifício foi projetado pelo arquiteto inglês James Knowles Jr., tendo resultado numa obra de excecional singularidade artística e arquitetónica.
A sua composição reflete a fusão de influências neogóticas, indianas e mouriscas, articuladas numa linguagem decorativa exuberante e profundamente simbólica. Os mármores esculpidos, as colunas rendilhadas e os elaborados estuques interiores harmonizam-se com a envolvente paisagística do Parque de Monserrate, concebido como um jardim botânico de inspiração pinturesca, onde espécies vegetais de diversas origens se distribuem segundo um ideal romântico de integração entre natureza e arquitetura.
Reconhecido pelo seu valor histórico, artístico e paisagístico, o conjunto de Monserrate está classificado como Imóvel de Interesse Público e integra a Paisagem Cultural de Sintra, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1995.
Em 2000, a gestão do espaço foi entregue à Parques de Sintra, que empreendeu uma profunda intervenção de reabilitação de coberturas e fachadas, e a instalação de novas redes de infraestruturas, que permitiram a reabertura do palácio em 2010. O restauro dos interiores decorreu, à vista dos visitantes, até 2016.
Com este projeto, a Parques de Sintra reafirma o seu compromisso com a preservação do património histórico, artístico e natural de Sintra, assegurando que o Palácio de Monserrate — símbolo do romantismo e da síntese entre arte e natureza — continue a ser uma referência de excelência patrimonial e um testemunho vivo da herança cultural europeia.

