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Clara Pinto Correia (1960-2025)
Com a morte de Clara Pinto Correia, a cultura portuguesa perde uma das grandes referências contemporâneas. O Centro Nacional de Cultura lembra uma amiga que sempre manteve viva uma ligação estreita à animação cultural e científica ao longo do tempo, que não esquecemos.
Foi uma personalidade muito rica que muito contribuiu para enriquecer não apenas a cultura literária, mas também a cultura científica – numa palavra, para tornar a cultura mais fecunda.
Clara Pinto Correia (Lisboa, 30 de janeiro de 1960 — Estremoz, 9 de dezembro de 2025) foi ficcionista, cronista, divulgadora científica e bióloga. Figura especial do panorama da literatura portuguesa, quer pelo seu estilo de escrita, quer pelas áreas da sua produção ou ainda pelo ritmo de publicação tornou-se uma referência do nosso tempo. Depois de se ter licenciado em Biologia pela Universidade de Lisboa, doutorou-se pela Universidade do Porto, prosseguindo uma carreira universitária e de investigação brilhante no domínio da Embriologia no Instituto Gulbenkian de Ciência e nos Estados Unidos da América (em Buffalo e Universidade de Harvard).
A sua estreia literária deu-se em 1984, com o romance Agrião, mas a sua popularidade atingiu-a com o romance Adeus Princesa, sucesso editorial, best seller transposto para o cinema. A sua consagração deu-se depois da publicação do folhetim E se tivesse a bondade de me dizer porquê? em coautoria com Mário de Carvalho, numa obra em que os dois escritores são responsáveis por capítulos que se intercalam, sem nunca se encontrarem. Alguns disseram que foi uma autora pós-moderna, constando da sua bibliografia desde inquéritos de cariz sociológico a uma fotonovela, passando por literatura infantil, crónica, poesia, narrativa, e divulgação científica, num conjunto de sessenta obras. Destacam-se, para além dos já citados, na ficção: Ponto Pé de Flor e Mais que Perfeito; na literatura infantil: Quem Tem Medo Compra um Cão, A Minha Alma Está Parva e A Ilha dos Pássaros Doidos; na divulgação científica: Os Bebés-Proveta, Clonai e Multiplicai-vos e O Ovário de Eva.
O Centro Nacional de Cultura apresenta à família e amigos sentidas condolências.

