No arranque do festival assinalamos a inauguração da exposição Sob o Signo do Pneu do artista Gustavo Sumpta, uma co-produção com a Solar - Galeria de Arte Cinemática. A exposição integra paralelamente um programa de performance, vertente que assume forte centralidade no trabalho do autor.

O programa de abertura contempla duas estreias nacionais: Zeppelin Bend de Katerina Andreou e Mascarades de Betty Tchomanga. A coreógrafa e música grega Katerina Andreou regressa ao Circular depois de, em 2019, apresentar BSTRD. Em Zeppelin Bend persiste na exploração de práticas físicas enquanto questiona o livre arbítrio no palco. Mascarades é o primeiro solo da coreógrafa franco-camaronesa Betty Tchomanga, no qual evoca a divindade Mami Wata inspirada pelo ritmo da música Gqom da África do Sul. O projecto Questões Práticas propõe a Oficina O arquivo como gesto #5 orientada por Ana Bigotte Vieira, trabalhando em torno da questão da memória e dos usos performativos do arquivo. Finalizamos o primeiro dia do festival no Cacau Bar num descontraído e eclético DJ set de Paulo Couto.

Numa parceria com o Cineclube de Vila do Conde exibimos o filme Um corpo que dança de Marco Martins, um documento sobre a história do Ballet Gulbenkian (1965-2005) que acompanha os movimentos políticos e socioculturais de um Portugal em transformação.

A encenadora e actriz Paula Diogo traz a Vila do Conde Terra Nullius, um projecto de “teatro em movimento” que convida o público a percorrer a cidade numa audiocaminhada onde se cruzam narrativas pessoais e colectivas. No espectáculo Artific?u, a artista multidisciplinar Inês Campos questiona os pressupostos da linguagem, do tempo ou memória, explorando o espaço simbólico do corpo, o real e o irreal. Lançamos a edição #7 do Jornal Coreia de João dos Santos Martins seguida da performance Submission submission (unplugged) de Bryana Fritz, composta por retratos performativos de santas medievais.

Após a estreia no Circular, em 2020, de A importância de ser Alan Turing, Miguel Bonneville regressa ao festival para a apresentação do livro resultante do projecto - Lamento do Ciborgue - acompanhada de uma leitura dos textos originais por Isadora Alves.

No encerramento apresentamos a estreia absoluta do concerto Gesto e Síntese de Diogo Tudela & Supernova Ensemble (este último parte integrante do projecto Artista Residente da Circular). Gesto e Síntese desdobra-se numa instalação que estará patente durante o Festival no Teatro Municipal.

O multifacetado músico e artista visual Mike Cooper conclui o programa do festival com o concerto Planet Pacific and Island Gardens, uma improvisação com lap steel guitar, electrónica de contornos ambientais e vídeo.

De 17 a 24 de Setembro, o Circular reúne propostas diversas nos seus discursos, nas temáticas, nos formatos, que nos interpelam e ampliam sentidos.

O convite fica lançado, bom Festival!

— Dina Magalhães