É, pois, com o desejo de honrar o poeta, épico e lírico, escolhido como símbolo de Portugal e do esplendor da Língua portuguesa, que surge a exposição integrada num espaço próximo da antiga e histórica «Praia do Rastelo», de onde partiam as caravelas e as naus e não poderia ser esquecida a «figura venerável» do Velho do Restelo, imaginada pelo poeta para evidenciar o espírito crítico, a sensatez e a compaixão, atitudes ousadas perante o poder político da época.

Local: Rua Duarte Pacheco Pereira (montra 9) – Restelo
Até 31/10/2024
Horário: 24h por dia (preferencialmente ao anoitecer).
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Está a identidade do povo que somos amplamente representada nos que, em diferentes épocas da nossa Literatura, se «libertaram da lei da Morte», permitindo uma reflexão sobre a nossa História e sobre nós próprios, através da expressão das suas inquietações, críticas, alegrias, dores e expectativas. Herdeiros dessas experiências, exige-nos a responsabilidade que mantenhamos essas vozes vivas.

Cumpre essa responsabilidade a homenagem feita a Luís de Camões, pelos 500 anos do seu nascimento, na Montra 9, situada na Rua Duarte Pacheco Pereira, no bairro do Restelo. Uma exposição que, e sobretudo ao fim do dia, se impõe no espaço envolvente, atraindo quem nele se encontra.

Dela sobressai um surpreendente dinamismo que se manifesta de forma diversa: a herança da obra de um poeta e o seu carácter intemporal; a presença de um bairro, sobrevoado por gaivotas e no qual se sente, em certos dias, o cheiro a maresia, fruto da sua proximidade com a antiga «praia do Restelo», de onde partiram caravelas e naus; a própria areia em que assenta a encenação e que em si guarda todo um trabalho da natureza; por fim, o convite à leitura de poemas de Luís de Camões.

Homenagear Luís de Camões, implica, na verdade, e sobretudo, lê-lo. A exposição de Miguel Buzaglo, na Montra 9, é um expressivo convite a que o façamos.