Exposições
61 Obras de Resende da Coleção Fundação Calouste Gulbenkian
A programação da Fundação Júlio Resende privilegia o desenho, de acordo com os objetivos que presidiram à sua criação.

30 Nov a 11 Out 2025
Assim se instituiu uma programação diversa em que as exposições de artistas modernos e contemporâneos convivem com exposições da obra de Júlio Resende, sucessivamente renovadas, como acontece agora com a apresentação de trabalhos do artista pertencentes à coleção da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).
São 51 obras, das 75 que a Fundação possui, situadas numa longa cronologia que vai dos anos 40 aos anos 80 do século XX. Pintura a óleo sobre tela, madeira e cartão, trabalhos a aguarela, tinta-da- china, guache, pastel, gra te e carvão sobre papel, gravuras e serigra as evidenciam uma obra riquíssima de experimentação técnica e de pesquisa formal e con rmam o domínio dos processos da arte moderna e daqueles que levaram à sua renovação.
A FCG adquiriu obras do artista nos anos 60 – três peças – em 1971 – 17 peças – e em 1983, antes da abertur do Centro de Arte Moderna – 19 peças. Estão ainda por apurar formas e datas de incorporação de muitos trabalhos da coleção, mas várias obras foram adquiridas para gurarem em exposições itinerantes e uma foi comprada para decorar o bar da biblioteca do edifício da Fundação, inaugurado em 1969.
Júlio Resende participou na I Exposição de Artes Plásticas da FCG, em 1957, onde recebeu o 2o Prémio de Pintura e a Fundação organizou uma importante retrospetiva da sua obra, em 1989, exclusivamente dedicada à pintura. Ao longo do tempo, as obras de Resende circularam em exposições itinerantes organizadas pela Fundação e têm sido cedidas para iniciativas de outras instituições, permitindo novas leituras sobre a sua produção.
Importantes trabalhos guram na exposição que o Lugar do Desenho apresenta, como dois que foram expostos nas V e VI Bienais Internacionais de Arte de S. Paulo. Revê-los agora, bem como outros que não são mostrados há décadas ou que terão tido escassa visibilidade – como os retratos de José Régio e Miguel Torga – constitui uma oportunidade para, de novo, examinarmos o papel de Júlio Resende na arte do século XX e o eco da sua presença na atualidade.
Laura Castro nov. 2024