Música
Jazz em Agosto – 41.ª edição
A edição do Jazz em Agosto 2025 contará com 14 concertos, numa ampla variedade de propostas, para ver no Anfiteatro ao Ar Livre, Grande Auditório e Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, de 1 a 10 de agosto.

1 Ago a 10 Ago 2025
Destaque para uma série de seis concertos, onde será possível redescobrir a arte da música em trio. O Heart Trio (William Parker, Cooper-Moore e Hamid Drake), no concerto de abertura, revisita as músicas ancestrais africanas e asiáticas; o trio da pianista Kris Davis (com Robert Hurst e Jonathan Blake), homenageia mulheres pianistas fundamentais no seu percurso; o trio do saxofonista Darius Jones (com Chris Lightcap e Gerald Clever), apresenta o projeto Legend of e’Boi, um manifesto e uma reflexão acutilante sobre o mundo; o trio do trompetista Luís Vicente (com Gonçalo Almeida e Pedro Melo Alves), em constante jogo de aproximação e recuo ao ritmo, à estrutura e à melodia; os Aleuchatistas 3 (Shane Parish, Trevor Dunn e Danny Piechocki) apresentam a sua música tão cerebral quanto lúdica, jogando com subtis melodias politonais, e, por fim, os Thumbscrew (Mary Halvorson, Michael Formanek, Tomas Fujiwara), criativamente vivos e vibrantes onde a cumplicidade existente afirma uma incomparável assinatura coletiva.
Ainda em trio, mas agora com a participação de dois convidados especiais, a ativista e vocalista Moor Mother e o rapper Dälek, os MOPCUT (Audrey Chen, Julien Desprez, Lukas König) apresentam, em estreia mundial, o seu álbum RYOK, uma sonoridade indomada pontuada pela declamação e pelo hip-hop mais experimental.
O quarteto do contrabaixista João Próspero (Joaquim Festas, Miguel Meirinho, Gonçalo Ribeiro), traz o seu álbum de estreia Sopros, inspirado pela leitura do escritor japonês Haruki Murakami.
Presença assídua nas últimas edições do festival, o pianista Pat Thomas, regressa a bordo dum coletivo da mais arrojada cena contemporânea de Londres, os X-Ray Hex Tet (com Seymour Wright, Crystabel Riley, Edward George, Paul Abbott, Billy Steiger), que exploram os limites e o nexo entre o som e a palavra.
Haverá ainda Rafael Toral, com o aclamado projeto Spectral Evolution, sons eletrónicos evocando luxuriantes sons da natureza, que levam o músico a comparar este inebriante assombro sonoro a um jardim tomado por flores silvestres.
O guitarrista Shane Parish, agora em versão acústica, explora uma sonoridade fundada na música folk norte-americana, com uma fortíssima qualidade visual e narrativa, o seu último trabalho Repertoire junta muito dos arranjos para guitarra em que tem trabalhado, do jazz à eletrónica, e de tudo o que possa haver pelo meio.
A DJ, performer e improvisadora Mariam Rezaei, com uma abordagem altamente experimental dos sons produzidos a partir dum gira-discos, promete uma atuação surpreendente, provocadora e de uma criatividade transbordante, a quem se juntam, como convidados, o guitarrista Julien Desprez e o baterista Lukas König.
O festival termina no dia 10 com Antumbra, de Elias Stemeseder e Christian Lillinger, um duo eletroacústico dedicado à exploração das porosas zonas de fronteira da música contemporânea, e com o percussivo e brilhante Breaking Stretch, do septeto da vibrafonista Patricia Brennan, uma das escolhas unânimes nas listas de melhores álbuns de 2024.
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