Exposições
Museu de Lisboa conta Crónicas de uma Lisboa desconhecida
A nova exposição temporária do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta inaugura no próximo dia 24 de junho, às 18h. Crónicas de uma Lisboa desconhecida propõe uma viagem sobre espaços, tempos e habitantes de uma Lisboa menos óbvia.

25 Jun a 22 Mar 2026
Crónicas de uma Lisboa desconhecida nasceu da pergunta «que histórias sobre a cidade contam as obras em reserva do Museu de Lisboa?». Assim começou a proposta que daria visibilidade tanto a peças do seu acervo – muitas das quais nunca antes vistas pelo público – como a um passado submerso, difuso e escassamente conhecido de Lisboa.
A exposição organiza-se como um roteiro pela geografia da cidade, dando a conhecer momentos, instituições e figuras relevantes para a sua história. O percurso inicia-se no Terreiro do Paço, natural ponto de chegada para a maior parte dos visitantes que entraram em Lisboa entre os séculos XVI e XIX e atual parte da sua zona turística. Do espaço visitado para o espaço habitado, o itinerário segue por várias zonas do atual concelho de Lisboa, como a Estefânia, a Lapa, os Olivais, as Avenidas Novas, Marvila e Alvalade.
Estruturada em 12 núcleos, cada um destaca um espaço, um momento e um habitante, explorando diferentes dimensões da vida da cidade, como a comercial, a industrial, a residencial, a social, recreativa e cultural. Será possível conhecer um conjunto de 12 personalidades surpreendentemente relacionadas com alguns espaços, com os quais as suas histórias pessoais se cruzaram.
Figuras como Vicenzo Lunardi, Carlos Paredes, o bailarino Mário Valetim de Barros, Amália Rodrigues e a poetisa Carolina Coronado dão vida e corpo a eventos que participaram na paisagem que hoje se conhece.
Joana Sousa Monteiro, diretora do Museu de Lisboa, afirma que «esta exposição permite contar histórias curiosas da cidade, que dificilmente se tornariam do conhecimento público de outro modo».
Apesar de abranger o centro histórico de Lisboa, Crónicas de uma Lisboa desconhecida percorre os bairros a norte do começo da cidade, recorrendo para tal a quase uma centena de peças das reservas do Museu, entre elas objetos inusitados como um curvímetro analógico, uma régua de cálculo, uma caixa de bolachas, uma bandeja de refeições e uma máquina de torcer de uma antiga engomadoria.
Neste contexto, as obras de Estrela Faria materializam perfeitamente a missão da exposição. Apesar do generoso corpo de trabalho da artista se encontrar um pouco por toda a cidade, tanto em espaços públicos como em espaços privados, a sua presença no panorama da história da arte portuguesa é relativamente discreta.
O catálogo da exposição representa também uma extensão generosa deste projeto, uma vez que irá incluir 11 crónicas de autores distintos, como Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Rita Ferro, António Raminhos, Sérgio Letria e Catarina Portas, sobre diferentes bairros e personagens alfacinhas. Cada texto cristaliza uma visão pessoal, ficcionada ou não, da cidade, reiterando a sua pluralidade e complexidade.
Com esta exposição, o Museu de Lisboa torna visível um passado que permaneceu, até agora, na sombra.De terça a domingo, das 10h às 18h
Bilhetes: 3€ (inclui entrada no museu), disponíveis na Blueticket