"A Riparian Lore" é a terceira fase do "Ens Project", um projeto a longo prazo do artista que ainda está em curso. Os capítulos anteriores desta terceira fase foram realizados no Tate Modern, em Londres (2012), no British Museum, em Londres (2013), na Bienal de Sharjah (2018), no Pitt Rivers Museum, em Oxford, e na Haus der Kulturen der Welt, em Berlim (2022).

A exposição mergulha nas complexas relações históricas e culturais entre o Reino do Benim e Portugal, evocando um encontro iniciado no século XVI durante os reinados de Oba Esigie e D. Manuel I. Asemota recorre tanto à tradição oral como a fontes escritas para refletir sobre esta ligação, articulando história, arte e identidade.

A exposição abre com obras produzidas em papel velino, cuidadosamente apresentadas em molduras e caixas de madeira de Sapele, criando um ambiente que homenageia práticas artesanais e simbologias ancestrais. Estas peças servirão de base para a instalação artística ao vivo "A Manobra do Navegador", onde o artista evoca a figura do navegador português João Afonso de Aveiro como avatar num gesto performativo de cruzamento entre narrativas e geografias.

O "Ens Project" é uma investigação artística de longa duração que explora temas de identidade, colonialismo e memória. Asemota inspira-se nas tradições cerimoniais do povo Edo do Benim, nos episódios de pilhagem ocorridos durante o império britânico vitoriano e nos conceitos filosóficos de Walter Benjamin, nomeadamente do seu ensaio "A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica".

Leo Asemota, natural do Estado de Edo (Nigéria), vive e trabalha entre Londres e a Cidade de Benim. A sua obra tem sido amplamente reconhecida pela sua abordagem crítica e interdisciplinar, estabelecendo diálogos entre culturas, temporalidades e geografias.

A exposição estará patente até ao dia 6 de setembro no Hangar e é de entrada livre.