Exposições
Produção artesanal portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral
É inaugurada nos Açores a exposição que propõe uma reflexão sobre a atualidade do saber-fazer ancestral, reunindo peças de todo o território nacional e destacando as suas ligações à sustentabilidade, à identidade local e à inovação.

19 Jul a 12 Out 2025
A exposição “Produção artesanal portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral” será inaugurada no próximo dia 19 de julho, pelas 16 horas, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, Açores, onde permanecerá até 12 de outubro de 2025.
A organização é da Direção-Geral das Artes (que dirige o Programa Nacional Saber Fazer), em parceria com a Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego (através do Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA)), e com a Secretaria Regional da Educação, Cultura e Desporto (através do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas).
Para a Secretária Regional da Juventude, Habitação e Emprego, Maria João Carreiro, esta colaboração “dá expressão ao trabalho contínuo que os Açores têm vindo a desenvolver desde 1998 para distinguir a qualidade e o valor identitário das suas produções artesanais mais genuínas, com um sistema de incentivos único no país, e numa fase de grande crescimento e projeção além-fronteiras”.
Nas palavras de Américo Rodrigues, Diretor-Geral das Artes, “a exposição, na Ribeira Grande, integra peças que revelam a diversidade das práticas artesanais das ilhas. Estes saberes, enraizados no quotidiano e nas práticas rituais açorianas, representam um legado vivo que se renova, afirmando o engenho local e a continuidade de uma herança feita de gestos, matérias e símbolos, em profunda ligação com o oceano sempre presente no horizonte, que envolve e inspira o território”.
Açores em destaque
A exposição inclui uma panóplia de peças produzidas por artesãs e artesãos açorianos: trabalhos em bordado, tecelagem, escultura em madeira, cestaria, cerâmica, olaria, com recurso a escamas de peixe, palha de trigo, miolo de figueira, lã, linho, entre outros materiais.
Entre as peças em destaque encontram-se:
- A colcha das palmas, da Fajã dos Vimes (São Jorge);
- A viola da terra, de Hugo Raposo (São Miguel);
- A saia rica reinterpretada pela Casa do Trabalho do Nordeste;
- Os bordados com palha de trigo sobre tule, da ilha do Faial;
- As esculturas em miolo de figueira;
- O chapéu em dragoeiro, com origem atribuída à ilha do Pico;
- As tradicionais cestas de camponês, a condessa, a joeira, o balaio, entre outras peças.
O Programa Nacional Saber Fazer tem como objetivo salvaguardar e reconhecer o sector das Artes e Ofícios tradicionais através da criação de um repositório digital com informação sobre a produção artesanal nacional, de organização de laboratórios, workshops e da realização de atividades pedagógicas que valorizem as técnicas tradicionais.
O Programa foi aprovado por Resolução de Conselho de Ministros de 23 de outubro de 2020 (89/2020), tem a sua fase de implementação prevista para o período de 2022-2025, e conta com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).