Nesta obra inédita, acompanha-se a jornada de um homem afrodescendente, nascido em Angola, filho de pais cabo-verdianos, que vive há mais de 40 anos em Portugal — sem nunca ter obtido cidadania portuguesa. Chamado D’afonsa pelos amigos, Nuno pela família, Adilson no passaporte, a sua vida desenrola-se entre salas de espera, processos adiados e um labirinto burocrático que o impede de ser plenamente reconhecido pelo país onde sempre viveu.

Mais do que um indivíduo, Adilson representa milhares de pessoas deixadas nas margens do sistema. A ópera transforma a espera em poesia e faz da invisibilidade um ato de resistência. No culminar da obra, ouve-se o grito que ecoa para além do palco: «Eu não sou português. Eu sou Portugal. Um país à espera.»

A primeira encenação de Dino d’Santiago, com estreia marcada para setembro de 2025 no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, assinala também os 50 anos do fim da presença militar portuguesa em terras coloniais nos territórios africanos.

Ficha Técnica
Conceito, textos, encenação Dino D’Santiago
Libreto e dramaturgia Rui Catalão, a partir de entrevistas à comunidade migrante
Composição musical/produção musical Dino D’Santiago/Kiôlo
Direção musical e maestro Martim Sousa Tavares
Orquestra Orquestra local
Assistência de encenação A designar
Cantores líricos e atores Michelle Mara, Cati (Cátia Freitas), Matay, NBC, Soraia Morais e Madalena Eichkoff
Quarteto A designar
Direção vocal Francisco Pessoa Júnior
Cenografia Pedro Azevedo
Desenho de luz Rui Monteiro
Desenho de som Bruno Lobato
Figurinos A designar
Direção de produção José Maria Cortez
Assistência de produção Irene Leite Velho
Direção técnica A designar
Direção de cena A designar
Encomenda e produção BoCA – Biennial of Contemporary Arts
Coprodução Centro Cultural de Belém, Theatro Circo, Teatro Municipal de Faro, Teatro Aveirense
Imagem: Direcção Criativa Miguel Domingos Garcia by Lisboa Amsterdam
Fotografia Telmo Pereira by Lisboa Amsterdam
Makeupartist Marta Sousa Silva by Lisboa Amsterdam

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