Teatro
Bairro Profano, repensar as vidas no Beato, estreia a 18 setembro
A vida das comunidades do Beato, freguesia da zona oriental de Lisboa, é o ponto de partida de Bairro Profano, a nova criação própria do Teatro Ibérico, com encenação de Rita Costa, que estreia a 18 de setembro.

18 Set a 28 Set 2025
Sinopse
Assente na relação entre indivíduo e espaço de pertença, Bairro Profano tem como base a vida das comunidades do Beato. Um lugar que divide espaço com um mundo distante. Nas costas da capital, que se diz de e para todos, há um fosso entre o passado e o presente, entre o sagrado e o profano - uma ponte que distancia o lado da história que descreveu lugares de ritos e devoção, de uma realidade presente e tão próxima que querem apagar. Chegámos ao bairro profano.
A ideia de repensar o que nos rodeia e quem nos envolve tem-se tornado para nós uma espécie de obsessão. Partimos da ideia de pertença a um qualquer lugar, percorrendo um caminho que nos coloca entre o cá e o lá. Virados para a grande capital somos contemplados pelo postal que queremos mostrar ao outro - bairros novos, bonitos, velhos e com histórias cheias de vida, “Fábricas de Unicórnios” produtoras de sonhos e de esperança. De costas para ela está outra coisa, ainda assim com história, mas esta por apagar.
São bairros profanos e são tantos. Ali a produção é outra. Produzem-se vidas segregadas, isoladas e escondidas, minorias num plano geral e maiorias no particular. E nós, onde nos encontramos?
Quando pensamos num espaço, num território, num bairro, deparamo-nos com uma pergunta: que pessoas aqui vivem? Aqui a nossa imaginação começa a ganhar asas e transformamo-nos em contadores de histórias que não são nossas. Apropriamo-nos de uma qualquer realidade que, com os nossos sentidos, tomamos como nossa. E não é verdade.
Bairro Profano é o atravessar da ponte inexistente que separa dois lados e cujo caminho não é mais que um pensamento sobre o lugar de pertença de cada um. Onde começa e acaba?
Mais informação em teatroiberico.org/evento/bairro-profano