Um momento especial para Samuel e que terá na presença de amigos em palco, a seu tempo anunciados, a celebração da sua relação com a música iniciada nas salas de ensaio de Tondela; tornada pública há duas décadas com a cumplicidade da FlorCaveira e entretanto estabelecida com canções inconfundíveis que marcarão presença nesta sua “primeira vez”.

Estimulado pela realidade actual e pela frustração sentida com os sinais de regressão civilizacional que a mesma teima em apresentar, Samuel Úria construiu em torno do imaginário do “ano 2000” e das esperanças românticas que a chegada do novo século gerou à época, uma abordagem poética e musical que se traduz em nove temas memoráveis, registos da invulgaridade criativa de Samuel.

Em palco, como lhe é reconhecido, as suas canções ganham nova dimensão: se os novos temas têm na coesão que os liga um dos seus pontos fortes, a sua mistura com as composições com que nos tem inquietado ao longo da sua carreira comprovam estarmos perante o mais interessante cantautor do século XXI.

Se é expectável que “Lenço Enxuto”, “É preciso que eu diminua”, “Teimoso”, “Fica Aquém” ou “A Contenção” sejam obrigatórios em qualquer apresentação, os mais recentes “Kuchisabishii”, “Quem me aquece a voz” ou “Um adeus português”, ganharam já lugar cativo no ouvido. E se a expectativa é de que a jornada seja tranquila… equívoco, o conforto vai ser frequentemente assaltado pela energia explosiva com que Samuel e companheiros desequilibram (ou deveríamos dizer, equilibram) os momentos de intimidade.

O ano 2000 já Chegou. E recomenda-se!

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