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Hoje como Ontem: A Fábrica de Cortiça de Sines

O Festival Terras sem Sombra propõe, em Sines, uma viagem à memória das actividades ligadas à cortiça, uma indústria que marca o concelho desde o século XIX.

11 Out 2025  |  15h00

Ponto de encontro: Castelo de Sines
Preço
Entrada livre
Com ponto de encontro marcado para o Castelo de Sines, a actividade de património cultural propõe um roteiro de memória que — sob a orientação do empresário José Francisco Leal e do coordenador do Museu de Sines, o arquitecto Ricardo Estevam Pereira — leva os participantes a conhecer uma indústria com pergaminhos naquele concelho do litoral alentejano. A cortiça e as actividades que lhe são inerentes marcaram o pulsar da região desde o século XIX, quando o conde de Bracial, Jacinto Falcão, aqui fundou, com vários sócios, a primeira fábrica de cortiça de dimensão industrial, apoiada por uma empresa de navegação.

A chegada de capitais ingleses e alemães permitiu o arranque de fábricas que, já em 1908, empregavam centenas de operários e asseguravam exportações significativas.

Ao longo do início do século XX, nomes como a Herold — depois Hauser e Fernandes — ou a Wicander e Bucknall impuseram-se no panorama local, ao lado de várias pequenas unidades familiares espalhadas por diferentes ruas e arrabaldes da vila. Em 1911, o sector corticeiro absorvia um terço da população activa e reunia forte organização sindical. Os anos de 1920 a 1940 trouxeram melhorias técnicas, como água canalizada e electricidade, mas também mostraram a dependência de pequenas unidades de carácter artesanal. Fábricas como as de António Faria Godinho, Manuel Caetano ou José Marreiros mantinham a produção activa, enquanto novas unidades surgiam, como a de Miguel Ricardo Raposo, dedicada à transformação de cortiça em quadros. Os anos de 1960 coincidiram com uma certa decadência do sector: a histórica Hauser e Fernandes encerrou. Antes da instalação do Complexo Industrial, Sines tinha uma actividade marcada pela cortiça, mas em processo de declínio, que preparou o terreno para a profunda transformação económica e social da segunda metade do século XX.
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