Passeios e Visitas
Hoje como Ontem: A Fábrica de Cortiça de Sines
O Festival Terras sem Sombra propõe, em Sines, uma viagem à memória das actividades ligadas à cortiça, uma indústria que marca o concelho desde o século XIX.
11 Out 2025 | 15h00
A chegada de capitais ingleses e alemães permitiu o arranque de fábricas que, já em 1908, empregavam centenas de operários e asseguravam exportações significativas.
Ao longo do início do século XX, nomes como a Herold — depois Hauser e Fernandes — ou a Wicander e Bucknall impuseram-se no panorama local, ao lado de várias pequenas unidades familiares espalhadas por diferentes ruas e arrabaldes da vila. Em 1911, o sector corticeiro absorvia um terço da população activa e reunia forte organização sindical. Os anos de 1920 a 1940 trouxeram melhorias técnicas, como água canalizada e electricidade, mas também mostraram a dependência de pequenas unidades de carácter artesanal. Fábricas como as de António Faria Godinho, Manuel Caetano ou José Marreiros mantinham a produção activa, enquanto novas unidades surgiam, como a de Miguel Ricardo Raposo, dedicada à transformação de cortiça em quadros. Os anos de 1960 coincidiram com uma certa decadência do sector: a histórica Hauser e Fernandes encerrou. Antes da instalação do Complexo Industrial, Sines tinha uma actividade marcada pela cortiça, mas em processo de declínio, que preparou o terreno para a profunda transformação económica e social da segunda metade do século XX.

