“A arquitetura deve ser vista como um fenómeno social ou, se quisermos, como um serviço. É nela que habitamos, trabalhamos, sofremos ou nos divertimos. A arquitetura é espaço de vida, no seu centro está o ser humano.”

Uma parte substancial da obra de José Carlos Loureiro e do Atelier GALP foi dedicada ao desenho de edifícios de habitação unifamiliar e coletiva. Da modernidade bauhausiana dos projetos iniciais, patente na Casa de Valbom, passando pelas aaltianas variações contextualistas que incluíam a tradição construtiva local, até às experiências finais de influência wrightiana e miesiana, muitas foram as linguagens utilizadas, retrato tanto da ativa longevidade de Loureiro como do cosmopolitismo da arquitetura portuguesa contemporânea.

Os projetos de habitação coletiva, onde se exploram diferentes escalas e materiais, distintos modos de habitar e variadas tipologias, procuram, em muitos casos, também ‘fazer cidade’, desenhando jardins ou pátios comuns, ruas internas ou acessos generosos. O título da exposição CASAS PARA TODOS remete, assim, para o ideal moderno de construir para ‘o maior número’, de que o emblemático Edifício Parnaso será exemplar, mas igualmente para a variedade de destinatários e de formas de organização do espaço doméstico desenvolvidas.

A mostra destaca 18 obras representativas da produção de José Carlos Loureiro e do Atelier GALP referentes aos projectos de habitação unifamiliar e coletiva. Desenhos, fotografias originais do arquiteto ou de fotógrafos por si contratados, mas igualmente maquetas propositadamente produzidas para a exposição, fazem parte do conteúdo, de forma a melhor explicitarem a qualidade formal e compositiva dos edifícios.

LOUREIRO 100 é uma iniciativa conjunta da Fundação Marques da Silva, do Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende e da Câmara Municipal da Maia, com o apoio da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, Direção Geral das Artes, Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e Ordem dos Arquitetos.