Concebida como um projeto em duas partes, a exposição revisita e reinterpreta símbolos, arquitetura e as estratégias representacionais da mais ambiciosa transformação urbana e cultural de Lisboa da década de 1990. Esta intervenção — originada num cruzamento entre política, espetáculo e planeamento urbano — prometia uma nova cidade para um novo milénio, inscrevendo-se no imaginário coletivo de uma geração. Ao enquadrar este episódio como um marco histórico e um repositório de narrativas não resolvidas, Agenzia/Agência examina como tais projetos são mediadores da relação entre o espaço público, identidade nacional e ficções do progresso.

Diogo Pinto interage com estes vestígios, não apenas como documentos de um evento passado, mas como agentes na construção de um significado, destacando os mecanismos de promoção, exibição e mediação através dos quais a cidade encenou a sua própria reinvenção. Ao longo dos dois capítulos da exposição, o artista estabelece um diálogo entre memória e projeção, explorando a distância entre promessa e falha.

Nos seus projetos, Diogo Pinto (n. Lisboa) engendra modos de apresentação e mediação das micro-narrativas que investiga através de uma minuciosa prática de pintura. Pensando as exposições como médium, os seus projetos têm-se focado em destacar histórias e ligações obscuras alusivas às subtilezas sociais, culturais e políticas da produção artística.