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Natureza

O medronheiro, símbolo de resiliência e de identidade local

No âmbito da programação de salvaguarda da biodiversidade, o Festival Terras sem Sombra dinamiza uma actividade dedicada ao medronheiro — uma espécie autóctone de elevado valor ecológico, essencial para a conservação dos ecossistemas mediterrânicos e para a economia rural sustentável.

26 Out 2025  |  09h30

Ponto de encontro: Cais de Odemira
Preço
Entrada livre
«Arbutus unedo: O Medronheiro e o Medronho na Herdade da Tamanqueira» intitula a actividade de salvaguardada da biodiversidade orientada por José Pisani Burnay, engenheiro técnico agrário. Com ponto de encontro no Cais de Odemira, o périplo dirige-se à localidade de Taliscas, a caminho de São Teotónio. Aqui, a Herdade da Tamanqueira mantém viva a ligação entre o homem e o medronho. O fruto amadurece entre o fim do Verão e o início do Inverno, nas encostas de xisto que definem o relevo do sudoeste alentejano. A colheita é feita à mão, lenta, repetitiva, num vínculo de conhecimento da terra.

O medronheiro, arbusto de porte arbóreo, apresenta um crescimento irregular e raízes fundas, capaz de se regenerar após o fogo e de fixar o solo em zonas áridas. As suas flores brancas surgem ao mesmo tempo que os frutos vermelhos do ano anterior, um contraste que empresta cor à paisagem. É também uma espécie que marca uma fronteira: entre o Atlântico e o interior. Do fruto nasce o medronho, aguardente tradicional destilada em cobre, símbolo de uma economia doméstica que singrou ao longo dos séculos. O medronho é mais do que uma bebida: é memória, herança colectiva e evidência de uma relação prudente e sensata com o território.
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