Música
A melodia como alma da música no Palácio de Queluz
O lirismo na música do Romantismo tardio é o mote deste concerto do Ciclo Consonâncias.
7 Nov 2025 | 19h00
Embora tenha sido composto já em 1911, o Concerto para viola e clarinete em Mi menor, Op. 88, de Max Bruch (1838-1920) permanece ancorado à estética romântica, pelo uso da forma, do contraponto e da expressividade herdada dos modelos oitocentistas. O mesmo poderá ser dito de La canzone dei ricordi, escrita entre 1886 e 1887 por Giuseppe Martucci (1856-1909), um dos poucos compositores italianos da sua geração a privilegiar géneros instrumentais e vocais não operáticos, influenciado pela produção germânica do seu tempo. Ambas as peças ressaltam a expressividade poética da melodia, destacando-a por entre ricas texturas orquestrais que, não obstante, realçam as vozes solistas. No concerto de Max Bruch, esse protagonismo é dado a uma dupla pouco habitual – viola e clarinete –, enquanto o poema lírico de Martucci atribui esse papel à voz cantada.
O programa contará com interpretações do violetista Pedro Saglimbeni Muñoz e da clarinetista Cândida Oliveira, ambos músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa, bem como da soprano Dora Rodrigues, presença assídua no palco do Teatro Nacional de São Carlos.
Eis, então, duas obras que, por meios distintos, convergem na apresentação da melodia como lugar íntimo da emoção – onde o lirismo resiste à passagem do tempo.
Consonâncias V
Concerto para viola e clarinete
Max Bruch Concerto para viola e clarinete em Mi menor, Op. 88
Giuseppe Martucci La canzone dei ricordi
Soprano Dora Rodrigues
Viola Pedro Saglimbeni Muñoz
Clarinete Cândida Oliveira
Direção musical Antonio Pirolli
Orquestra Sinfónica Portuguesa

