"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Cinema e Vídeo

Rua de Sentido Único

Espetáculo de João Patrício & Vítor Rua.

7 Nov 2025  |  20h00

Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio dos Artistas
R. Recreio dos Artistas 52, 9700-026 Angra do Heroísmo
“Se não se grita ‘Viva a liberdade!’ com amor, não se grita ‘Viva a liberdade!’”
— Pier Paolo Pasolini

Por ocasião do lançamento da LXX edição da revista Atlântida, dedicada à Liberdade e aos 50 anos do 25 de Abril, o Instituto Açoriano de Cultura apresenta Rua de Sentido Único, um espetáculo que une a palavra insurgente de João Patrício à paisagem sonora em combustão de Vítor Rua.

A noite inicia-se às 20h00 com a exibição do filme Alis Ubbo, de Pedro Abreu. "Alis Ubbo" significa "porto seguro" em fenício e refere-se ao nome original da cidade de Lisboa, fundada pelos fenícios. O termo é apropriado neste documentário de Paulo Abreu, realizado em 2018, que retrata a transformação urbana de Lisboa através do impacto do turismo pós-crise.

Às 21h30, segue-se um concerto-performance onde a poesia se ergue como grito e resistência.

Neste espetáculo, a palavra não é apenas dita — é libertada. Patrício dá voz a versos de O’Neill, Brecht, Sophia, Torga, Natália, Pessoa e outros poetas que fizeram da linguagem um campo de batalha. Cada poema é corpo em insurreição. À sua volta, a guitarra eletrónica e o sintetizador granular de Rua criam um universo sonoro que não acompanha: resiste, contradiz, abraça e transforma.

Rua de Sentido Único é mais do que um recital — é um manifesto. Um ato de escuta e de presença, onde a liberdade se torna respiração partilhada e a palavra, atravessada pela música, se torna infinita.

Sobre os Artistas

JOÃO PATRÍCIO iniciou a sua trajetória artística nos anos 1990, destacando-se como ator em palco, onde interpretou figuras e textos marcantes, do teatro barroco às criações coletivas.
Desenvolveu trabalho como jornalista e locutor de rádio, mergulhando no teatro radiofónico com adaptações de autores como Sylvia Plath e David Mamet.
No cinema e na televisão, participou em filmes e séries, tendo sido distinguido como Melhor Ator no Festival de Cinema de Pollino com Nevoeiro na Cidade (2018) e também reconhecido por Alis Ubbo, onde foi ator e argumentista.
Como criador, encenou Romance do 25 de Abril (2007) e concebeu Edwarda (2009), cruzando palavra e música. Participou em espetáculos de rua e festivais literários, transformando a leitura em ato performativo. Desde 2023, integra o projeto Ferida Calo, onde a palavra dita assume um papel de resistência poética.

VÍTOR RUA iniciou a sua carreira musical nos anos 70, fundando os GNR e, posteriormente, os Telectu, projeto pioneiro de música eletrónica e improvisação em Portugal.
Editou mais de 300 discos, explorando géneros como música electroacústica, jazz abstrato, composições microtonais, minimalismo, rock desconstruído e fado reinventado.
Compôs mais de uma centena de obras de música erudita, incluindo 11 óperas, peças orquestrais, música de câmara e obras para instrumentos solistas. Apresentou o seu trabalho em países como EUA, China, Cuba, URSS e por toda a Europa.
Publicou ensaios sobre música minimal-repetitiva, jazz mimético, acústica e filosofia do som, além de obras sobre a história da música em Portugal. Atuou como crítico musical em várias publicações. Nas artes visuais, expôs trabalhos plásticos e realizou filmes experimentais.
Como músico de intervenção, usou a arte como crítica social e cultural. Foi distinguido com diversos prémios e homenagens em Portugal e no estrangeiro, incluindo a Medalha de Mérito da Cidade do Porto (2024).

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