Música
À procura de um som português
Uma oportunidade única para descobrir o cânone sinfónico nacional, com obras raramente executadas e uma estreia moderna.
22 Nov 2025 | 20h00
No final do século XIX e na primeira metade do século XX, a criação musical europeia foi marcada pela busca de uma sonoridade que exprimisse uma identidade nacional e Portugal não foi exceção. Essa aspiração, revelada de múltiplas formas, constitui o fio condutor que aproxima as obras e os compositores deste programa.
Recorrendo ao cancioneiro popular, à poesia erudita ou a outras fontes de inspiração, Frederico de Freitas, Joly Braga Santos, Fernando Lopes-Graça e José Vianna da Motta dedicaram-se, cada um com uma abordagem própria, a procurar aquilo que poderia ser reconhecido como um som português.
Para o maestro João Paulo Santos, estes compositores são exemplos da procura desse som português. Se Vianna da Motta «alia, como é óbvio a sua educação musical germânica a uma cor portuguesa na melodia», Braga Santos «procura um ambiente muito próprio de nostalgia portuguesa» enquanto que, embora de maneiras totalmente diferentes, Frederico de Freitas e Lopes-Graça «utilizam temas populares para criar as suas obras».
Frederico de Freitas
O muro do derrete
A formosura desta fresca serra (Luís de Camões)
Joly Braga Santos
Acordando (Antero de Quental)
Delgadas claras águas do Mondego (de 3 Sonetos de Camões) (Luís de Camões)
Fernando Lopes-Graça
O menino da sua mãe (Fernando Pessoa)
Cantiga de embalar (popular)
Agora é que ela vai boa (popular)
Meu lírio roxo (popular)
José Vianna da Motta
Tristeza (João de Deus) - estreia moderna
Canção perdida (Guerra Junqueiro) orquestração de Pedro de Freitas Branco
Lavadeira e Caçador (João de Deus) orquestração de Pedro de Freitas Branco
Fernando Lopes-Graça
Três danças portuguesas op. 32
Fandango
Dança dos Pauliteiros
Malhão
Direção musical João Paulo Santos
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Soprano Eduarda Melo
Barítono Tiago Amado Gomes
Antes do concerto, às 18h30, reservamos espaço para uma travessia sobre o Nacionalismo na Arte, que se inicia na música e desagua na história da arte do século XX. Com a moderação de Andrea Lupi, João Paulo Santos e Raquel Henriques da Silva lançam pistas para uma melhor compreensão do concerto.

