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"LIBERDADE LIBERDADE", espetáculo de circo contemporâneo que dança entre a paixão e a revolução
Duas pessoas. Duas geografias. Um amor em suspenso, onde o toque é memória e a distância é imposição. Liberdade Liberdade é um grito coreografado, uma carta acrobática que atravessa o tempo, a censura e o medo. Um corpo que resiste, que cai e se levanta, que ama apesar de tudo.
28 Nov a 29 Nov 2025
Dirigido e dramaturgicamente concebido por Diogo Freitas, este espetáculo de circo contemporâneo nasce de uma história real: as cartas trocadas pelos avós de David David durante os anos de ditadura, quando o amor precisava de ser disfarçado, embrulhado em silêncio e enviado pelos caminhos da clandestinidade. Palavras contidas que agora se libertam em movimento, num palco onde a memória se torna matéria coreográfica e o corpo ocupa o espaço que a história tentou apagar.
Liberdade Liberdade constrói-se em 12 momentos, como se fossem postais de uma vida interrompida: do primeiro encontro ao exílio forçado, da saudade ao regresso, da repressão à explosão da liberdade. Através da acrobacia aérea, da fisicalidade crua e da poesia do risco, os intérpretes David David e Tjaša Dobravec conduzem-nos por uma narrativa onde a estrutura cénica é simultaneamente obstáculo e possibilidade, qual metáfora viva da opressão e do sonho.
Ela fica. Ele parte. A coreografia da ausência repete-se, desenhando vazios no ar. O corpo dela dança com a falta dele; o corpo dele trabalha debaixo da estrutura, com o peso da distância nos ombros. A saudade, palavra intraduzível, espalha-se como perfume nas cartas que não chegam. Mas um dia, através da rádio, nas ruas, nas flores que se oferecem sem pedir licença, chega a revolução. E com ela, uma nova dança.
O tecido que prendia torna-se bandeira. O mastro torna-se lugar de promessa. O reencontro, finalmente possível, transforma a paixão de clausura em alegria partilhada.
Liberdade Liberdade é uma celebração. Um gesto artístico que recusa o cinzento da apatia e responde ao presente com memória, poesia e festa. Uma carta de amor ao passado, mas escrita no tempo presente. Uma provocação: o que ainda está por libertar, dentro de nós e à nossa volta?
No final, o público deixa de ser espectador e entra na cena. Porque a liberdade, como o amor, só existe quando é partilhada.
Produzido pela Momento – Artistas Independentes e pela recém-criada companhia Ângulo Crítico, com coprodução da Casa das Artes de Famalicão, Ponto C / Penafiel, Município de Lagos, Festival Cartografias e Fes.tas / Santana, este espetáculo dirige-se a quem já amou em silêncio, a quem acredita que a arte pode ser um lugar de insurreição e a quem nunca esqueceu o cheiro das flores em abril.
28 de novembro (sexta-feira), 21h30
29 de novembro (sábado), 18h00
Bilhetes:
2€ (público geral)
1€ (estudantes, portadores de Cartão Quadrilátero Cultural e seniores a partir de 65 anos)
Bilheteira:
BOL
Terça a sexta-feira, das 14h30 às 18h00
Sábados, domingos e feriados: a partir de 1h30 antes do espetáculo
Classificação etária: M/3
Duração: 70 minutos

