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Exposições

Últimos dias de três exposições no Círculo e visitas orientadas

Esta semana marca os últimos dias de visita a várias exposições organizadas pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (Círculo).

20 Dez 2025  |  16h00

Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
Rua Castro Matoso, 18, 3000-104 Coimbra
Preço
Entrada livre
As exposições TRIZ, de Laura Vinci, e Pensar como a montanha encerram no próximo dia 20 de dezembro, enquanto O Jogo do Sério #8, com obras de Vera Mota e Tatyana Cristina, patente no espaço MUSEU, termina no dia 21 de dezembro. Entretanto, no âmbito do Anozero, inaugurou recentemente 4 Elementos, no Convento São Francisco.

Conclui-se assim um ciclo expositivo que reúne três propostas distintas, distribuídas entre o Círculo Sede, o Círculo Sereia e o MUSEU, convocando novas formas de ver, pensar e habitar o mundo.

Para a finissage das exposições TRIZ e Pensar como a montanha, realiza-se um programa especial de finissage, de entrada livre, com duas visitas orientadas por Jorge Cabrera:

20 DEZ Sábado

16h00
Visita mediada à exposição TRIZ, de Laura Vinci, no Círculo Sereia

17h00
Visita orientada à exposição coletiva Pensar como a montanha, no Círculo Sede

As exposições podem ser visitadas até 20 de dezembro, também com entrada livre, no horário das 14h00 às 18h00.

TRIZ: fluxos, matéria e impermanência no Círculo Sereia

A mais recente exposição da artista brasileira Laura Vinci, com curadoria de Agnaldo Farias. Reconhecida internacionalmente pela sua prática escultórica e instalativa, a artista desenvolve uma investigação contínua sobre as relações entre matéria, espaço e temporalidade. Esta é a sua primeira exposição após a grande mostra antológica Fluxos, apresentada recentemente em São Paulo.

Em TRIZ, Laura Vinci volta a aprofundar uma característica central do seu percurso desde a década de 1980: uma obra que se reinventa a cada montagem, assumindo o risco e a potência da transformação. A exposição marca também o seu regresso a Coimbra, depois da participação no Anozero’19 — A Terceira Margem, onde apresentou Sem título (2001–2019), uma ampulheta metálica instalada no subsolo do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.

A exposição nasceu de uma intuição visual durante uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, a partir de uma figura da pintura As tentações de Santo Antão, de Hieronymus Bosch. Dessa imagem emergiram as trombetas e cones presentes na instalação, desenvolvidos em colaboração com uma fábrica de instrumentos musicais no Brasil.

No Círculo Sereia, a artista trabalha o espaço como matéria, deixando que a arquitetura condicione a forma final da instalação. A dramaturgia da obra constrói-se no próprio processo: a areia cai, o fumo emerge em ritmos irregulares, e o tempo da obra escapa ao controlo humano. Nesta montagem, a areia é acolhida por uma pia de mármore, numa colaboração espontânea com o Atelier do Corvo, ligando o tempo geológico da pedra ao tempo efémero da matéria em transformação.

Para Agnaldo Farias, a obra de Laura Vinci opera sobre «fluxos e transformações constantes», revelando tensões entre peso e leveza, entre material bruto e respiração do espaço. Em TRIZ, o espectador torna-se parte integrante da obra, participando de uma coreografia silenciosa entre matéria, atmosfera e tempo.

Pensar como a montanha
Resultado de uma Open Call do Círculo, Pensar como a montanha reúne no Círculo Sede, nove projetos de artistas de diferentes geografias e gerações: Ana Fróis, Catarina de Oliveira, Coletivo Esfinge Ancestral, Gabriela Carvalho e Cunha, Eduardo Mota e Tiago Martins, Hilda de Paulo, Inverso (Sonia Salcedo e Neno del Castillo), Nuno Silas e Pedro Gramaxo.

Inspirada no ensaio Think Like a Mountain (1949), de Aldo Leopold, a exposição propõe abordagens conceptuais, poéticas e sensoriais à relação entre humanidade e natureza, cruzando pintura, instalação, som e meios digitais. As obras evocam camadas, sedimentos e vibrações da montanha, dialogando com pensadores como Alberto Carneiro, Timothy Morton e Ailton Krenak.

A curadora Sara Antónia Matos sublinha que as propostas «convidam à escuta do tempo das coisas e à coincidência com a espessura da montanha — um exercício de imaginação ecológica e de convivência sensível».

O Jogo do Sério #8
Partindo do conhecido jogo do sério, esta série curatorial convida o público e a comunidade a sugerir objetos que dialoguem com uma obra do acervo do CAPC. Nesta oitava edição, a obra Hold, de Vera Mota, foi colocada em diálogo com Forca, de Tatyana Cristina, criando um confronto direto entre tensão, resistência e equilíbrio.

4 Elementos
A bienal Anozero — Câmara Municipal de Coimbra, Universidade de Coimbra e Círculo de Artes Plásticas de Coimbra — inaugurou, no passado dia 13 de dezembro, a exposição 4 Elementos, segundo momento do ciclo Cuidar de um País. A exposição estará patente até ao dia 1 de março, na Sala do Capítulo do Convento São Francisco, e pode ser visitada todos os dias (com exceção de 24, 25 e 31 de dezembro de 2025 e 1 de janeiro de 2026), entre as 15h00 e as 20h00 (com a última entrada às 19h30).

Com curadoria de Luís Santiago Baptista e Maria Rita Pais, 4 Elementos apresenta projetos de Inês Moreira e Joana Rafael, Mariana Sanchez Salvador, Miguel Figueira e trabalhar com os 99%/ateliermob, contando ainda com a participação dos artistas Orlando Franco, Miguel Marquês e Oleksandr Lyashchenko.

Os quatro elementos clássicos — terra, água, ar e fogo — foram, ao longo da história, matrizes fundamentais de pensamento sobre o mundo e sobre as formas de habitar. Num presente marcado por urgências ecológicas, sociais e territoriais, estes elementos recuperam atualidade enquanto ferramentas conceptuais para repensar a arquitetura e o território. A exposição 4 Elementos convoca este enquadramento para refletir, através de quatro projetos distintos, nas problemáticas urgentes do país. As transformações ambientais em Portugal, desde os solos alimentares de Lisboa, passando pela evolução da linha costeira da Figueira da Foz, pelas mudanças na qualidade do ar associadas à descarbonização em Matosinhos, até ao impacto dos incêndios de Pedrógão Grande.
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